Esquerda acaba com exames do 4.º ano
Parlamento acaba com prova introduzida por Crato.
Cerca de 100 mil alunos do 4º ano já não terão de realizar em 2016 as provas finais de Português e Matemática, depois de a maioria de esquerda ter aprovado ontem no Parlamento o fim destes exames, introduzidos em 2012/2013 por Nuno Crato. As provas estavam agendadas para 24 e 26 de maio e pesavam 30% na avaliação dos alunos, que agora passa a depender em exclusivo da nota obtida na escola.
PS, PCP, BE, PEV e PAN aprovaram os projetos de lei apresentados por BE e PCP, enquanto PSD e CDS-PP votaram contra. Susana Amador (PS) lembrou que, com a introdução dos exames, Portugal ficou "isolado na Europa, só acompanhado pela Turquia". Joana Mortágua (BE) considerou as provas "uma violência" para as crianças. Já Ana Rita Bessa (CDS-PP) criticou o regresso do "facilitismo".
O PCP já entregou propostas para eliminar os exames do 6º e do 9º ano.
A Assembleia da República debateu também propostas para acabar com a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades dos professores, mas a votação só ocorre na próxima sexta-feira.
João Torres (PS) defendeu o fim da prova criada em 2007 pelo governo de Sócrates, que nunca a pôs em prática, com Abel Baptista (CDS) a acusar o PS de ser o "criador e o matador da criatura". Enquanto o BE propõe só a revogação, o PCP defende a devolução do "valor pago na inscrição", cerca de 500 mil euros. O PCP propõe ainda que sejam recolocados os docentes afastados por causa da PACC e que conseguiriam colocação, pagos os salários e contado o tempo de serviço. Miguel Tiago (PCP) admitiu ao CM que o PS está relutante em aprovar todas as propostas e que o diploma poderá ser alterado na especialidade.
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