2032 pessoas esperam transplante de rim
Recolha de órgãos aumenta, mas morrem mais à espera.
Há 2032 pessoas em Portugal à espera de realizar um transplante renal, o que representa um aumento face aos 1970 que aguardavam no final de 2014.O presidente do IPST, Hélder Trindade, garante que a colheita de órgãos "subiu sistematicamente desde 2013 e o ano de 2015 foi o melhor, tanto em cadáveres como em dádiva de doador vivo", disse.
Os dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação indicam que em 2015 morreram 62 pessoas à espera, mais do que os 43 doentes que morreram em 2014.
O presidente do IPST, Hélder Trindade, garante que a colheita de órgãos "subiu sistematicamente desde 2013 e o ano de 2015 foi o melhor, tanto em cadáveres como em dádiva de doador vivo", disse.
Mas entre janeiro e novembro de 2015 só houve mais 33 transplantes renais do que no ano anterior (443 face a 410). "O envelhecimento dos doentes vai tornando mais difícil a realização dos transplantes", diz o responsável. O tempo médio de espera em 2015 foi de 31,2 meses, uma clara redução face aos 48 meses em 2014.
Joaquim Carvalho Vieira não beneficiou desta descida. O auditor, de 61 anos, já espera há 45 meses por um rim e questiona a transparência do processo."Não tenho informação sobre a minha posição na lista e qual a expectativa para o transplante. Não há transparência neste processo e não sei se espero um mês, se dez anos", afirma o doente renal, frisando: "Num País onde um primeiro-ministro esteve preso e todos ouvimos falar de situações de corrupção, não me surpreende que haja situações de favor ou de outro tipo na transplantação".
Hélder Trindade recusa abordar o caso específico deste doente mas garante que o sistema é "muito transparente". "Não se pode dar a posição relativa. Há grupos de prioridades e quando aparece um dador cadáver são introduzidos dados em computador e um algoritmo define quem será o transplantado, mas a última palavra é do médico nefrologista", diz.
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