Quimioterapia a crianças em “condições miseráveis”

"Admito que um ou outro tratamento de quimioterapia possa ter sido feito a crianças nos corredores, e que as condições de internamento num contentor são miseráveis, mas com estas instalações não conseguimos fazer melhor", disse esta terça-feiraAntónio Oliveira e Silva, presidente da Administração do Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto.

O responsável respondeu às denúncias dos pais de crianças sobre a falta de condições do internamento e a falta de espaço no ambulatório onde a quimioterapia pediátrica é realizada.

"A minha filha já recebeu tratamento no corredor porque a enfermaria é muito pequena e há muitas crianças ali. Por isso, a solução é o corredor, infelizmente", criticou Raquel Jesus, que se juntou a outros pais para enviarem uma carta de descontentamento à administração do hospital.

"O internamento pediátrico funciona há dez anos num contentor, os quartos não são isolados e só temos uma casa de banho para os pais fazerem a higiene", acrescentou.

O CHSJ recordou que o Governo vai disponibilizar 22 milhões de euros para a construção de uma nova ala de pediatria: "O protocolo foi assinado o ano passado, mas o dinheiro não chegou por falta de autorização do Ministério das Finanças", disse.

PORMENORES

Obra parada

A construção da nova ala pediátrica do hospital está parada há cerca de dois anos por falta de verbas, que já foi garantida após a assinatura de um contrato no ano passado.

Audição urgente

O PCP vai requerer a audição parlamentar urgente do ministro da Saúde e da administração do Hospital de São João.