Faltam 150 obstetras de norte a sul do País

Ordem dos Médicos revela que situação é mais grave e complexa do que aquilo que tem sido falado.

26 de junho de 2019 às 08:50
Fecho rotativo da urgência externa na Grande Lisboa pode ser evitada com realização de mais horas extraordinárias Foto: IStockPhoto
Lugares são mais bem pagos Foto: IStockPhoto

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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, referiu esta terça-feira que a situação nas maternidades "é muito mais grave e complexa do que aquilo que tem sido falado". No final da reunião com 50 diretores clínicos de serviço de Ginecologia/Obstetrícia e de Neonatologia de unidades hospitalares da região Sul, Miguel Guimarães adiantou que "a falta de especialistas é grande".

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O bastonário precisou que faltam 150 obstetras, dos quais 125 na região Sul. Por unidades é apontada a falta de 16 obstetras no Hospital São Francisco Xavier (Lisboa), 15 em Beja, 11 em Portimão, 9 em Faro, 8 no Hospital do Barreiro e no Amadora- -Sintra, 7 no Hospital de Santa Maria (Lisboa) e Garcia de Orta (Almada) e dois em Santarém.

Como medida capaz de travar o fecho rotativo da urgência externa dos hospitais Amadora-Sintra, São Francisco Xavier e Santa Maria e da Maternidade Alfredo da Costa, Miguel Guimarães aponta como solução "a contratação externa, seja para médicos tarefeiros ou do próprio hospital, que poderão fazer mais horas extraordinárias mas remuneradas de forma diferente". Solução para a qual o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, assegurou que há legislação.

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O bastonário lamentou que a política da Saúde seja dominada pelas Finanças. "A ministra da Saúde só faz aquilo que o das Finanças diz", afirmou.

Maternidades que estão próximas agravam custos

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, avançou que o fecho rotativo da urgência externa de maternidades "visa otimizar recursos que são significativos". "Há quatro maternidades na Grande Lisboa, em que algumas estão três quilómetros umas da outras", disse.

O responsável salientou que há outras medidas que visam assegurar a presença de médicos especialistas nos meses de julho a setembro, como o lançamento do concurso para a contratação de 20 profissionais e a possibilidade que os hospitais têm, por si, de contratar médicos.

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Abertas 167 vagas para zonas carenciadas

O Governo divulgou ontem a abertura de 167 vagas para médicos, das quais 50 são destinadas a médicos de família. Por especialidades há a referência a 14 vagas para Anestesiologia, 15 em Cardiologia, 17 em Medicina Interna, 12 em Ginecologia/Obstetrícia e 10 para Psiquiatria.

As vagas foram definidas em zonas do Alentejo, Algarve, Nordeste Transmontano e Beira Alta e Interior. Estes lugares têm um acréscimo de 40% na remuneração.

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