Funcionários públicos pressionam Governo

Auxiliares de ação médica e assistentes operacionais em greve deste esta quinta-feira.

28 de junho de 2019 às 08:55
Protesto dos médicos, marcado para as próximas terça e quarta-feira, exige a abertura de concursos públicos na área de forma a estancar fuga para os privados Foto: Lusa
Greve dos enfermeiros vai durar quatro dias na próxima semana, de 3ª a 6ª Foto: Duarte Roriz
Funcionários da Autoridade Tributária e Alfandegária protestaram em frente ao Ministério das Finanças Foto: Lusa
Registos e notários param hoje devido à greve dos funcioná-rios do serviço. exigem, por exemplo, a promoção de mais de 260 oficiais dos registos Foto: Lusa

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Depois de uma semana marcada por greves na Justiça, cuja adesão esmagadora - nas contas dos sindicatos, moveram quase a totalidade dos funcionários judiciais e magistrados do Ministério Público - motivou o fecho de vários tribunais, o coro de protesto da Função Pública ecoa na Saúde.

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Mas os efeitos do protesto na Saúde - quando faltam pouco mais de três meses para eleições Legislativas - começam a fazer sentir-se durante o dia desta sexta-feira.

Auxiliares de ação médica e assistentes operacionais são os primeiros a parar. Em greve desde a meia-noite, os trabalhadores representados pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores Públicas e Sociais exigem "aumentos de salários, carreiras dignas, respeito pela contratação coletiva e a admissão de novos efetivos", explicam em nota.

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Depois, seguem-se os médicos. Na base da paralisação, a exigida contratação pública, de forma a evitar que a classe "saia para os privados e para o estrangeiro, depauperando o Serviço Nacional de Saúde", afirma ao Correio da Manhã Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

A paralisação está marcada para os dias 2 e 3 de julho. A greve geral dos enfermeiros dura quatro dias, estendendo-se até sexta-feira, dia 5. 

200 trabalhadores do Fisco exigem revisão das carreiras

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Cerca de 200 funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira manifestaram-se ontem junto ao Ministério das Finanças para exigirem uma revisão nas carreiras. Nuno Barroso, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT), entregou um documento com várias propostas no Ministério das Finanças.

"Não houve recetividade nenhuma às nossas propostas. O Governo fez promessas de resolver em breve [os problemas levantados], mas há funcionários há mais de dez anos parados na carreira", afirmou o dirigente sindical.

Segundo a mesma associação, 80% dos funcionários aderiram à greve de ontem, mas devido à falta de entendimento com o Governo prometem continuar o protesto.

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Esta semana, a associação sindical esteve reunida com o Governo para negociar a revisão das carreiras especiais da Autoridade Tributária, mas, sem acordo, decidiu manter a paralisação.

A APIT considera que o anteprojeto de decreto-lei que estabelece a revisão das carreiras especiais da AT, apresentado pelo Executivo, persiste nos "mesmos erros e omissões" e reduz o Fisco a uma versão "low-cost", em que o esforço e o trabalho dos profissionais "perde força legal por passarem a ser regidos por um enquadramento legal de carreiras extremamente prejudicial".

"Só 300 lugares repostos"

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Roque da Cunha, Sind. Independente dos Médicos (SIM)

CM – É urgente apostar na contratação de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde?

Roque da Cunha – Sim. Nos últimos dez anos, houve 1800 médicos seniores que se reformaram e desses só 300 lugares foram repostos. É necessário partir para a realização de concursos públicos para a contratação, não só de recém-especialistas, mas também de médicos seniores.

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– De que forma evoluiu o investimento público na área da Saúde?

– Ainda é menor do que na era da Troika. Exigimos a inversão do ciclo de menor investimento de sempre na saúde. É importante que se note que temos a maior carga fiscal e a maior dívida pública de sempre.

PORMENORES 

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Contratação pela metade

O Governo contratou menos de metade dos técnicos de diagnósticos e terapêutica que seriam necessários para suprir a passagem às 35 horas de trabalho semanais, estima o sindicato do setor.

Greve na Medicina Legal

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De acordo com as contas da FNAM, a paralisação de dois dias dos médicos do quadro do Ministério da Justiça, do Instituto de Medicina Legal, que terminou ontem, fechou 24 gabinetes médico-legais - só um, no Funchal, funcionou. Nas delegação, a adesão foi de 95%.

Novas ordens aprovadas

A comissão parlamentar de Trabalho aprovou ontem, na especialidade, a criação da Ordem dos Fisioterapeutas e da Ordem dos Assistentes Sociais.

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