28 demissões no Amadora-Sintra
Médicos demissionários e administração reúnem-se hoje para debater os problemas na unidade hospitalar. Utentes estão a ser prejudicados.
Vinte e oito dos 33 diretores de serviço do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) demitiram-se de funções e pediram a demissão do diretor clínico. Os médicos justificam a decisão com a redução do número de profissionais, que leva a uma "progressiva degradação da capacidade de resposta" e a uma "diminuição preocupante da qualidade assistencial". Os médicos demissionários e a administração hospitalar reúnem-se hoje para debater os problemas e apresentar soluções.
Numa carta enviada ao Ministério da Saúde e à Ordem dos Médicos, os diretores denunciam uma "saída preocupante de recursos humanos qualificados que não foram substituídos".
Segundo os médicos, a incapacidade de contratação de profissionais em várias áreas clínicas tem levado a uma "ausência de resposta" em especialidades fundamentais para manter uma assistência qualificada. Dão o exemplo da incapacidade de funcionamento da "Imagiologia e Neurorradiologia e da Anatomia Patológica, e a diminuição preocupante de anestesistas".
Segundo os médicos, a falta de profissionais tem levado a problemas no atendimento na Urgência e à redução das cirurgias.
Ao CM, uma das médicas criticou o recurso aos clínicos contratados em prestação de serviço, considerando que "não é solução". Segundo a médica, há especialidades, como a Oftalmologia, com cerca de dois anos de espera por uma primeira consulta.
Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, afirmou que "são contratados os médicos disponíveis, incluindo reformados". Este ano, foi aprovada a contratação de 12 clínicos.
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