96 mil jovens sem estudo nem trabalho
Portugal sofre uma situação ainda pior do que a média europeia.
Em Portugal, 17,5 por cento das pessoas entre 20 e 24 anos não estudam nem trabalham, indicam dados do Eurostat, relativos a 2015, ontem anunciados. Tendo em conta que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, existiam em Portugal quase 550 mil indivíduos nesta faixa etária, conclui-se que esta situação afeta cerca de 96 mil jovens entre os 20 e os 24 anos.
Com estes 17,5 por cento, Portugal tem a 12ª taxa mais alta da União Europeia e está ligeiramente acima da média (17,3%) dos 28 países. Em toda a UE, são quase cinco milhões os jovens nesta faixa etária, que por não estudarem nem trabalharem foram apelidados de ‘nem nem’.
"A nível pessoal, estes indivíduos têm maior propensão para serem afetados pela pobreza e exclusão social", refere o gabinete de estatísticas da União Europeia, acrescentando que "a nível macroeconómico, representam uma perda considerável de capacidade produtiva e um aumento de custos para a Segurança Social".
É na Europa do Sul que o problema mais se faz sentir. Itália, com 31,1% de jovens nesta situação (quase um em cada três), é o caso mais grave, seguida da Grécia (26,1%) e da Croácia (24,2%). Já na vizinha Espanha, os ‘nem nem’ são 22,7%. No extremo oposto, estão países do Norte: Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Dinamarca e Suécia, todos com percentagens abaixo de 10 por cento.
Portugal não é dos piores casos, mas teve o oitavo maior crescimento desde 2006, quando a percentagem de ‘nem nem’ era de 12,6%. Itália, Grécia e Espanha, com subidas acima de 9 pontos percentuais em dez anos, foram os países em que a taxa mais cresceu. Já os países com maiores reduções foram a Alemanha (-5,9 pontos percentuais), a Bulgária (-5,3) e a Suécia (-3,4). Nestes 10 anos, a média da UE cresceu 1 ponto percentual para 17,3%.
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