96 mil jovens sem estudo nem trabalho

Portugal sofre uma situação ainda pior do que a média europeia.

12 de agosto de 2016 às 02:30
12-08-2016_01_58_32 Imagem 1242108.jpg Foto: Bruno Colaço
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Em Portugal, 17,5 por cento das pessoas entre 20 e 24 anos não estudam nem trabalham, indicam dados do Eurostat, relativos a 2015, ontem anunciados. Tendo em conta que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, existiam em Portugal quase 550 mil indivíduos nesta faixa etária, conclui-se que esta situação afeta cerca de 96 mil jovens entre os 20 e os 24 anos.

Com estes 17,5 por cento, Portugal tem a 12ª taxa mais alta da União Europeia e está ligeiramente acima da média (17,3%) dos 28 países. Em toda a UE, são quase cinco milhões os jovens nesta faixa etária, que por não estudarem nem trabalharem foram apelidados de ‘nem nem’.

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"A nível pessoal, estes indivíduos têm maior propensão para serem afetados pela pobreza e exclusão social", refere o gabinete de estatísticas da União Europeia, acrescentando que "a nível macroeconómico, representam uma perda considerável de capacidade produtiva e um aumento de custos para a Segurança Social".

É na Europa do Sul que o problema mais se faz sentir. Itália, com 31,1% de jovens nesta situação (quase um em cada três), é o caso mais grave, seguida da Grécia (26,1%) e da Croácia (24,2%). Já na vizinha Espanha, os ‘nem nem’ são 22,7%. No extremo oposto, estão países do Norte: Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Dinamarca e Suécia, todos com percentagens abaixo de 10 por cento.

Portugal não é dos piores casos, mas teve o oitavo maior crescimento desde 2006, quando a percentagem de ‘nem nem’ era de 12,6%. Itália, Grécia e Espanha, com subidas acima de 9 pontos percentuais em dez anos, foram os países em que a taxa mais cresceu. Já os países com maiores reduções foram a Alemanha (-5,9 pontos percentuais), a Bulgária (-5,3) e a Suécia (-3,4). Nestes 10 anos, a média da UE cresceu 1 ponto percentual para 17,3%.

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