Adesão de Portugal à Agência Espacial Europeia foi há 25 anos

País assinou a convenção de adesão à ESA em 15 de dezembro de 1999, tornando-se o 15.º Estado-membro da agência em 14 de novembro de 2000.

14 de novembro de 2025 às 07:08
Agência Espacial Europeia Foto: Direitos Reservados
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Portugal aderiu há 25 anos à Agência Espacial Europeia (ESA), adesão que "estimulou o crescimento do setor espacial" nacional, traduzido na participação em missões e na criação de 87 empresas e 46 centros de investigação.

O país assinou a convenção de adesão à ESA em 15 de dezembro de 1999, tornando-se o 15.º Estado-membro da agência em 14 de novembro de 2000.

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A data é lembrada pela Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space), criada em 2019 e que coordena a participação portuguesa na ESA.

Segundo a Portugal Space, "a adesão estimulou o crescimento do setor espacial português", ao permitir reforçar a "capacidade científica, tecnológica e industrial" do país, onde esta sexta-feira "existem 87 empresas e 46 centros de investigação ligados ao espaço".

Portugal tem participado, com tecnologia e conhecimento científico, em diversas missões de exploração do espaço e, mais recentemente, no lançamento de pequenos satélites de fabrico nacional.

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O país acolhe um dos centros da ESA de incubação de empresas, bem como estações e antenas de rastreamento de satélites.

Na ilha açoriana de Santa Maria irá aterrar o vaivém espacial europeu Space Rider após o seu voo inaugural, previsto para 2027, e que terá a bordo uma experiência de radiação do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.

Nesse ano, o consórcio que irá explorar o porto espacial dos Açores, o primeiro licenciado em Portugal, espera arrancar com o lançamento de voos orbitais para a colocação de satélites no espaço.

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Nos Emirados Árabes Unidos há portagens de autoestradas que são cobradas por satélite através de uma tecnologia portuguesa.

Para o presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde, Portugal somou "competências sólidas, capacidade de inovação e uma contribuição ativa em missões, atividades e projetos internacionais".

A ESA executa missões de exploração planetária e de observação da Terra, desenvolve tecnologias e serviços de satélite e promove a indústria europeia, investindo em cada Estado-membro através de contratos industriais para programas espaciais, numa quantia mais ou menos equivalente à quota financeira de cada país para a agência, calculada de acordo com o respetivo Produto Interno Bruto.

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Portugal está entre os 10 Estados-membros da ESA que menos contribuem para o seu financiamento, representando apenas 0,7% do orçamento total da agência, participação que a Portugal Space gostaria de aumentar para 1%.

Além de contribuir obrigatoriamente para o orçamento e programas científicos espaciais da ESA, cada Estado-membro pode optar ainda por outros programas e decidir o montante do financiamento que quer atribuir.

Entre 2019 e 2024, os contratos industriais da ESA com Portugal ascenderam a 84 milhões de euros e incidiram, nomeadamente, em programas de telecomunicações, observação da Terra, segurança, transporte e exploração espacial, experiências e instrumentação científicas e inovação tecnológica.

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O "ranking" das 20 entidades portuguesas com mais contratos ESA foi liderado por empresas, seguindo-se centros de tecnologia e inovação e instituições universitárias.

No "top" 10 das missões da ESA com participação portuguesa estão a Forum, com lançamento previsto para 2027, que vai estudar a radiação emitida pela Terra para o espaço.

Seguem-se, em termos de montantes contratualizados, as missões Ariel, Plato, Hera, Adrios e Proba-3, de acordo com dados da Portugal Space, que cita a ESA.

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Com lançamento apontado para 2029, a missão Ariel, que tem liderança científica portuguesa, vai estudar a atmosfera de mil planetas extrassolares, enquanto a Plato, agendada para 2026, pretende encontrar planetas semelhantes à Terra.

Enviada para o espaço em outubro, a sonda Hera vai estudar o asteroide Dimorphos, cuja órbita foi alterada em 2022 pelo impacto de uma sonda lançada pela NASA.

Dimorphos, satélite natural do asteroide Didymos, foi o primeiro corpo do Sistema Solar cuja órbita foi modificada pela atividade humana.

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A sonda Hera pretende com os seus instrumentos, 12 ao todo, reunir dados sobre Dimorphos que comprovem que a mudança de direção da trajetória de um corpo como um asteroide é uma técnica de defesa planetária fiável.

Nesta missão, várias empresas portuguesas participaram no desenvolvimento de componentes tecnológicos e operacionais da sonda.

A missão Adrios será a primeira do género a remover lixo espacial, com lançamento previsto para 2028.

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Em órbita com dois satélites, a missão Proba-3 vai estudar a coroa (camada mais externa da atmosfera) do Sol.

Criada há 50 anos e com 23 Estados-membros, a ESA emprega diretamente mais de duas mil pessoas, incluindo cientistas, engenheiros e administrativos. Os portugueses eram, no final do ano passado, 43.

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