Associação de Agricultores de Portalegre apoia protesto de quinta-feira

Agricultores portugueses manifestam-se, a partir das 06h00 de quinta-feira, com máquinas agrícolas nas estradas de várias zonas do país.

31 de janeiro de 2024 às 18:02
Agricultor Foto: ArtMarie/Getty Images
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A presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fermelinda Carvalho, manifestou-se esta quarta-feira a favor dos protestos do setor agendados para quinta-feira, com máquinas agrícolas nas estradas de várias zonas do país.

"Esta manifestação é algo espontânea, de vários grupos de agricultores, não é, como habitualmente, organizada pela confederação ou pelas associações. E devo dizer que eu também concordo, logicamente", disse a dirigente, em declarações à agência Lusa.

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Fermelinda Carvalho, que não escondeu que a AADP está a "ajudar também" na organização do protesto, ressalvou, no entanto, que a associação "não é responsável" pela ação.

Para a presidente da AADP, as medidas anunciadas pelo Governo "são uma mão cheia de nada", uma vez que não são definidos prazos, nem formas de pagamento aos agricultores.

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"Até parece que pode até deixar o compromisso para quem vem a seguir, porque nós não sabemos quem é que vai ganhar as eleições [legislativas]. O Governo, responsável por este desaire, se quer colmatar esta falha, tem de pagar em tempo útil, por estes dias", defendeu.

Todo este caso com os agricultores "é uma vergonha" e a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, "faz tudo mal", revelando dessa forma "uma incompetência enorme", criticou.

Fermelinda Carvalho considerou ainda que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) foi "mal preparado" pelo Governo português.

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A ministra da Agricultura disse que houve uma "comunicação infeliz" por parte do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) dos cortes aos agricultores, assegurando que foi criada uma medida excecional para responder à vontade do setor.

"Houve uma comunicação por parte do IFAP infeliz" sobre aos cortes de 25% e 35%, disse a ministra Maria do Céu Antunes, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Na sessão conjunta com o ministro das Finanças, Fernando Medina, a governante esclareceu que o executivo decidiu "criar condições" para ir ao encontro da expectativa e vontade dos agricultores de "poderem ter práticas mais sustentáveis".

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A ministra já tinha anunciado um pacote de apoio aos agricultores, que, entre outros pontos, vai assegurar as candidaturas nos ecorregimes agricultura biológica e produção integrada.

Os agricultores portugueses manifestam-se, a partir das 06h00 de quinta-feira, com máquinas agrícolas nas estradas de várias zonas do país, reclamando "condições justas" e a "valorização da atividade", foi esta quarta-feira anunciado.

Segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira, trata-se de uma iniciativa do denominado Movimento Civil Agricultores de Portugal, que se apresenta como "um movimento civil espontâneo e apartidário que une agricultores e sociedade civil em defesa do setor primário".

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No Alentejo, os agricultores prometeram esta quarta-feira bloquear com tratores e máquinas agrícolas as três principais fronteiras da região com Espanha, no Caia (Elvas, distrito de Portalegre), em Mourão (Évora) e em Vila Verde de Ficalho (Serpa, distrito de Beja), segundo disse à Lusa António Saldanha, um dos dinamizadores do movimento.

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