Associação ensina pais a proteger filhos
Hoje assinala-se o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.
Todos os anos desaparecem dezenas de crianças em Portugal. A maioria acaba por aparecer. Os restantes, não voltam a dar sinal de vida. Para combater esta tragédia, a Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD) uniu-se à GNR para lançar, esta segunda-feira, Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, um Manual de Atividades Educativas. O objetivo é ajudar pais e filhos a protegerem-se.
Ao longo de 74 páginas, os avisos são dados de forma divertida, através de várias atividades protagonizadas por três irmãs gémeas e o Guardoo, a mascote da GNR. "Com as novas tecnologias e rotinas, pais e filhos acabam por não dar tanta atenção a estas questões de segurança", explica Maria Valente, responsável da APCD que participou na revisão técnica do manual, ao Correio da Manhã.
Documentos
24-05-2015_18_57_35 Manuel ficheiro.pdf
No site do CM e da APCD, o Manual de Atividades Educativas está disponível para download gratuito (clique na imagem à esquerda), mas quem quiser adquirir a versão impressa terá de pagar 2,50 euros mais portes, que reverterão a favor da associação.
Como ajudar quando uma criança desaparece?
Em 2014, a APCD recebeu 32 participações de desaparecimentos de crianças. Sempre que uma denúncia chega à associação, por telefone, via eletrónica ou presencialmente – têm instalações em São Pedro do Sul, em Viseu, ou em Lisboa –, é feita uma triagem da informação e contactada a polícia.
"A partir daí estamos sempre a apoiar a família juridicamente e a nível psicológico", sublinhou ao CM Patrícia Cipriano, a presidente da direção da APCD. Além dos desaparecimentos, a associação também faz avaliações de risco e lida com casos de abusos e exploração sexual de crianças.
Quando é notificada com desaparecimentos de adultos, a APCD não fica com os casos, "são encaminhados para outras entidades".
Documentos
desaparecidos, pj
App avisa polícia para desaparecimento
Se der conta do desaparecimento de uma criança, pode avisar a APCD e a própria GNR imediatamente, através da aplicação Miúdos no Radar, desenvolvida por estas duas entidades. Só tem de descarregar a app – custa 1,99 euros – e premir o botão "enviar alarme".
Após o envio do alerta, submeta informações que ajudem a identificar a criança e uma foto atual do desaparecido. Os dados serão logo enviados para o servidor do Comando de Operações da GNR e para a APDC, que dará origem à intervenção das forças policiais no caso.
O único inconveniente é o facto de a app Miúdos no Radar apenas estar disponível para iPhone 4 e 5.
42 crianças desaparecidas no ano passado
O Instituto de Apoio à Criança divulgou agora que, em 2014, foram sinalizados menos casos de menores desaparecidos. O serviço SOS-Criança registou 42 casos o ano passado, menos 18 do que em 2013. As raparigas constituem 54% dos casos.
O principal motivo para os desaparecimentos prende-se com a fuga de casa ou de uma instituição (24), o dobro dos casos de rapto parental (12). No final de 2014, 25 crianças continuavam por localizar, o que corresponde a 59% do total.
No que diz respeito à duração, a maioria dos desaparecimentos ficam resolvidos nas 48 horas seguintes, seguindo-se o período de uma semana. A faixa etária mais atingida situa-se entre os 14 e 16 anos, seguindo-se a dos 11 aos 13.
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