Ativistas angolanos impedidos de viajar via Lisboa. TAP alega indicações das autoridades

Grupo foi informado de que todos os passageiros deveriam apresentar uma autorização emitida pela AIMA.

22 de novembro de 2025 às 20:00
TAP Foto: Direitos Reservados
Partilhar

Ativistas angolanos que se preparavam para viajar para Cabo Verde, via Lisboa, afirmam ter sido impedidos de embarcar em Luanda, alegadamente por faltar uma autorização da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), responsável pelos processos migratórios em Portugal.

Num vídeo divulgado no Facebook, o ativista Jeiel de Freitas relatou que o grupo, composto por sete jovens, pretendia participar num intercâmbio promovido pela organização Friends of Angola, em Cabo Verde, viajando pela TAP com escala em Lisboa, uma vez que não existem voos diretos entre Angola e Cabo Verde.

Pub

Segundo contou, um funcionário da companhia aérea informou que todos os passageiros em trânsito por Portugal deveriam apresentar uma autorização emitida pela AIMA.

O ativista questionou a base legal da exigência, afirmando que todos os participantes tinham realizado o 'check-in' online e que não há qualquer informação pública da TAP a indicar a necessidade desse documento.

De acordo com Jeiel de Freitas, o grupo suspeita que o impedimento poderá ter resultado de "ordens superiores", considerando o episódio uma violação "grave" dos direitos humanos e da liberdade de circulação.

Pub

Contactada pela Lusa, a TAP limitou-se a afirmar que "cumpre sempre as indicações das autoridades competentes" no que respeita à admissibilidade de embarque, sem esclarecer a alegada exigência da autorização da AIMA.

Também a ativista Florence Capita, integrante do grupo, manifestou nas redes sociais o seu descontentamento, dizendo estar "incrédula" com a situação.

"É uma situação profundamente triste e preocupante, um reflexo do país que temos e do quanto ainda precisamos avançar", escreveu na sua página do Facebook.

Pub

A jovem lamentou que, nos 50 anos de independência, Angola continue a ser "marcada por sucessivos atropelos aos direitos humanos, pela normalização da injustiça e pela falta de responsabilização em muitas esferas".

Acrescentou ainda que o grupo foi seguido até ao local onde está hospedado, considerando o episódio "uma vergonha nacional" e um alerta para "abandonar o conformismo".

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar