Bovinos selvagens aterrorizam aldeia
Há quase dez anos que a população de Segura, no concelho de Idanha-a -Nova, vive em constante estado de alerta por causa de uma manada de gado selvagem. Os animais, cujo número é estimado em mais de 250 cabeças, eram pertença do dono de uma herdade nos arredores da aldeia que, entretanto, os deixou ao abandono.
"Quando as pastagens acabaram dentro da propriedade, as vacas destruíram as cercas e espalharam-se pelos terrenos vizinhos em busca de comida e água, e reproduziram-se sem controlo", explica Aníbal Carreiro, de 61 anos. De então para cá, prossegue o morador da aldeia, "as pessoas deixaram de cultivar os terrenos próximos porque os bichos comem e destroem tudo".
"Vivemos aterrorizados pelos touros", assegura Maria Emília, de 71 anos, que diz ter medo de ir trabalhar para o campo e de andar na rua "quando escurece". À noite "os animais chegam a entrar na aldeia", o que representa uma preocupação acrescida para os moradores de Segura.
Os episódios de ataques a viaturas e a pessoas multiplicam--se, assim como as queixas apresentadas na GNR de Idanha-a--Nova. O proprietário dos animais, veterinário em Albergaria-a-Velha, já terá sido notificado várias vezes mas, segundo fonte policial, "recusa responsabilidades por os animais não estarem identificados".
No último ano, a Direcção--Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tentou, por duas vezes, sem sucesso, recolher e abater o gado. Mas a morte de um pastor, há uma semana, que se julga ter sido provocada por novo ataque dos animais, levou as autoridades veterinárias a elaborar outro plano para o abate, através do método de batida. Uma operação, ainda sem data definida, que terá o auxílio de atiradores da GNR.
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