"Cada morte por asma é uma morte evitável": Portugal tem um índice de mortalidade pela doença "muito baixo
Há 700 mil asmáticos no País.
A asma mata. Portugal tem um índice de mortalidade "muito baixo, ao nível dos melhores da Europa", sendo que entre 2005 e 2015, a média foi de cinco mortos por cada 100 mil habitantes. "É bom, mas podia ser melhor, porque cada morte por asma é uma morte evitável", diz Lídia Fernandes, coordenadora da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
Há 700 mil asmáticos no País, e nem todos os asmáticos nascem com a doença, que também se manifesta na idade adulta. Sobretudo "em profissões em que os trabalhadores estão sujeitos à inalação de produtos aos quais têm sensibilidade".
Outro fator a ter em conta é que esta doença crónica tem diferentes graus de gravidade: há casos graves e ligeiros. Hoje, no Dia Mundial da Asma – efeméride que se assinala em mais de 35 países, todos os anos desde 1998 (na primeira terça-feira de maio), a pneumologista garante que o fator mais importante a reter é o conhecimento.
"É preciso conhecer a doença e estar atento", afirma. "A nossa população é muito resignada. A maioria desvaloriza os sintomas respiratórios persistentes, habitua-se a eles e acha normal. Mas não é normal", alerta.
Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, só metade dos asmáticos tem a doença controlada e Lídia Fernandes diz que é aí que se deve atuar. "É preciso saber o que temos, que há resposta para todos os espetros da doença. Saber que há solução e que não devemos aceitar a limitação", defende.
SAIBA MAIS
150 milhões de pessoas em todo o Mundo são afetadas por esta doença, que atinge 7% dos portugueses (700 mil). É uma doença que tem maior incidência na idade pediátrica.
Doença crónica
A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, caracterizada pelo estreitamento dos brônquios, que provoca ao doente uma sensação desconfortável de dificuldade respiratória e pieira.
Tratamentos
A asma não tem cura, mas é possível controlar a frequência e intensidade dos sintomas. O tratamento é feito com broncodilatadores, mas também anti-inflamatórios, caso dos corticoides.
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