Cancro raro e letal atinge mil por ano

Fumadores, obesos e diabéticos são alguns dos grupos que apresentam maior risco de sofrer de cancro do pâncreas.

04 de janeiro de 2015 às 08:55
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Raro, silencioso e letal em mais de 90% dos casos. O cancro do pâncreas atinge entre 800 a mil portugueses por ano, mas muitos desconhecem que funções desempenha o órgão, responsável pela produção de enzimas digestivas e de hormonas como a insulina. Mais frequente nos idosos, a partir dos 65 anos, apresenta uma incidência ligeiramente maior no género masculino.

Os sintomas, inexpressivos ou facilmente confundíveis com outras maleitas, ganham força em fases mais avançadas da doença. Por consequência, os diagnósticos surgem tardiamente e afastam a hipótese de uma cirurgia na maioria dos casos. "Posso dar o seguinte exemplo: num grupo de 100 doentes de cancro do pâncreas, só 20 terão, na melhor das hipóteses, capacidade para ser operados e, desses, pode conseguir-se a cura de quatro pessoas", explica ao CM Hélder Mansinho, diretor do serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde chegam 40 a 60 casos anuais da doença. "A cirurgia é difícil e envolve muitas horas", revela o oncologista, que sublinha não haver tempo a perder no caso de "doentes com possibilidades cirúrgicas."

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A prevenção passa essencialmente pela aposta em hábitos mais saudáveis. Deixar de fumar, evitar o álcool e os excessos alimentares são algumas das formas mais simples de enfraquecer as probabilidades de vir a sofrer deste cancro. A diabetes é outro ponto da lista a ter em conta. "Tanto pode ser uma causa como uma consequência do cancro do pâncreas", refere o especialista.

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O tratamento deste tipo de tumor passa, na maioria dos casos, por sessões de quimio e radioterapia. "Se o cancro responder à terapêutica, a hipótese de sobrevivência pode ir até aos 40 meses. Mas se não for tratado, a perspetiva desce para entre os três a seis meses de vida", conclui Hélder Mansinho.

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