Caos no Centro Hospitalar de Setúbal é retrato “fiel” de SNS degradado

Ordem dos Médicos aponta carências: faltam instalações e profissionais.

26 de outubro de 2021 às 08:41
Médico Daniel Travancinha Foto: Rui Minderico
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A degradação do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) é um "retrato fiel do Serviço Nacional de Saúde (SNS), elevado ao expoente máximo", disse esta segunda-feira o presidente da Sub-Região de Setúbal da Ordem dos Médicos, numa audição no Parlamento. "Faltam instalações, faltam médicos, faltam jovens médicos, sobejam doentes crónicos e críticos nas urgências", detalhou Daniel Travancinha.

Diretor clínico e 87 médicos com cargos de chefia pediram a demissão devido ao estado de decadência progressiva dos diferentes serviços do São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS, que, na opinião do representante da Ordem dos Médicos na região, deveria ser reclassificado para o nível D, de hospital polivalente. Daniel Travancinha defendeu diante os deputados que a alteração permitiria uma melhoria significativa no financiamento.

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O médico salientou ainda que as obras de ampliação da instituição de saúde são insuficientes para incorporar o Hospital Ortopédico do Outão. "Aumentaria mais o caos e não haveria alargamento que fosse capaz de evitar esse caos", disse.

Apesar da denúncia pública da falta de condições, a responsável da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), Laura Silveira, disse que o Centro Hospitalar "tem feito um bom caminho" na requalificação, com um investimento de 14 milhões de euros desde 2017.

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Metade dos chefes demitem-se no Hospital de Braga

Nove dos 16 chefes de equipa das Urgências do Hospital de Braga apresentaram a demissão por estarem a realizar outras tarefas. O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, vai agendar uma visita ao hospital para apurar as condições existentes. Também o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestou solidariedade com os médicos que exigem melhores condições de trabalho, perante a falta de clínicos.

Loures fecha porta da Urgência a ambulâncias

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A elevada afluência de utentes, esta segunda-feira, à Urgência do Beatriz Ângelo, em Loures, levou a que o hospital pedisse ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, para que ambulâncias com doentes fossem encaminhadas para outras unidades, revelou ao Correio da Manhã fonte hospitalar. A maior parte dos doentes na Urgência apresentam um quadro clínico grave: são casos oncológicos ou de doença cardíaca.

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