Carlos Paredes no mapa da arte urbana
Obra do "graffiter" Odeith.
A parede de um prédio junto à estação do metropolitano da Amadora serviu de tela para o "graffiter" Odeith retratar o guitarrista Carlos Paredes, num de três novos murais que vão integrar o mapa do "graffiti" do município.
As latas de "spray" já estão arrumadas, a grua também foi retirada, quando Sérgio Odeith, 39 anos, conta a experiência de pintar, em seis dias, um mural com "visibilidade bastante ampla", junto à saída do metro de Amadora Este, na Falagueira.
"Em tempos, se calhar, tive mais tendência para desenhar artistas estrangeiros e, hoje em dia, já fiz vários artistas portugueses que acho que marcaram um pouco da nossa história", explica à Lusa o "graffiter" natural da Damaia, que também pintou Amália e Eusébio.
Linguagem própria
Sérgio Odeith começou a pintar na rua e em linhas de comboios, trabalhou mais de uma década em tatuagens e deixou murais nos bairros da Cova da Moura, 6 de Maio e Santa Filomena, enquanto desenvolvia uma linguagem própria, com o "3D sombrio",
"Mais ou menos em 2005 comecei a desenvolver esse estilo pintado em mais do que uma superfície, que é visto de um ângulo que cria um efeito que sai da parede, e tenho tido um pouco de reconhecimento lá fora", admitiu, referindo-se aos trabalhos de arte anamórfica.
O mural do guitarrista, pintado na Rua António Duarte Caneças, foi pintado a "spray", para resistir melhor ao sol e à chuva, e "as pessoas do prédio adoraram a ideia do Carlos Paredes", por ser "uma pessoa a que ninguém fica indiferente" e "um símbolo nacional", notou Odeith.
Os próximos tempos incluem outros murais e viagens, pelo México e Estados Unidos da América, nomeadamente Carolina do Sul e Kentucky, onde já possui registos da sua arte.
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