Clímax com benefícios para a saúde
Sedução permite clímax mesmo sem a prática de coito ou masturbação.
Vale tudo para atingir o orgasmo, desde as carícias, o erotismo e o próprio ambiente onde decorre o encontro de amantes. A sociedade regista nos últimos anos uma libertação de crenças religiosas e culturais com a consequente mudança de comportamentos e atitudes dos parceiros sexuais. Para o sexólogo Júlio Machado Vaz, são mudanças que levaram a uma maior facilidade de abordagem do tema orgasmo.
Por regra, o clímax é atingido graças à estimulação física. "Há contudo mulheres, e em menor número homens, que atingem o orgasmo sem a prática do coito ou da masturbação", refere Júlio Machado Vaz. "O orgasmo surge, então, graças à imaginação", assinala.
Também os múltiplos orgasmos na mesma relação sexual são uma realidade. Enquanto os homens "veem essa capacidade reduzida após chegarem aos 30 anos, nas mulheres ela continua", especifica o médico psiquiatra.
Na procura do prazer, cerca de um terço das mulheres não consegue atingir um orgasmo com o coito vaginal. Para a esmagadora maioria, o clímax é obtido graças à masturbação.
A dificuldade das mulheres em conseguirem obter uma satisfação sexual plena resulta de vários fatores. Limitações físicas, relacionadas com problemas de saúde ou psicológicas impedem o clímax. Há também razões de natureza química, relacionadas com o consumo de medicamentos.
Como causas interpessoais surge a impossibilidade do orgasmo com determinado parceiro e a viabilidade com um outro. Já nas questões transpessoais, surgem limitações impostas por proibições religiosas ou culturais.
A anorgasmia é classificada em três áreas. As mulheres com vida sexual ativa que nunca tiveram um orgasmo sofrem de anorgasmia primária. As que a determinada idade perderam essa capacidade têm anorgasmia secundária e, por último, a situacional é referente a mulheres que não conseguem atingir o clímax com determinado parceiro.
A satisfação sexual conduz a uma maior autoconfiança e serenidade.
Homens fixados em prazer máximo
Os clínicos desfazem, por isso, muitos dos mitos existentes. "São as mulheres, com a faculdade de ter múltiplos orgasmos, que definem por vontade própria se lhes apetece ter ou não", explica o psiquiatra.
Problemas de saúde limitam a obtenção do prazer máximo. As mulheres devem evitar o uso de roupa interior sintética ou calças apertadas, pois estes são dois fatores responsáveis pelo desenvolvimento de infeções fúngicas vaginais. Para aguçar o apetite sexual, uma das alternativas passa pela escolha de locais que habitualmente o casal não utiliza, como praias, hotéis ou o automóvel.
"As brincadeiras também contam numa relação"
Contudo, revela que a vida sexual de um casal também é importante para manter a chama sempre acesa. "O sexo é muito importante numa relação, como é natural, mas não é o principal. Claro que é muito saudável. Mas o ‘alinhar em tudo’, viajar, a sensação de suporte que temos é o mais importante". Daniela confessa ainda que, quando um casal tem filhos, deve continuar a satisfazer-se mutuamente: "Devemos continuar a ser amantes e dar umas escapadinhas de vez em quando".
PORMENORES
O ponto G existe?
A questão divide a comunidade científica. O ponto G deve o nome ao médico alemão Ernst Gräfenberg que, em 1950, descreveu a existência de uma zona erógena na parede vaginal.
Contrações musculares
O orgasmo é o clímax de uma relação sexual, corresponde ao pico da excitação e é acompanhado por contrações musculares na zona pélvica.
Lições do ‘Kama Sutra’
Livro adotado como fonte de sabedoria sexual tem a descrição de 64 posições. Foi escrito por Mallanaga Vatsyayana.
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