Climáximo faz hoje protesto junto do aeroporto de Lisboa para "travar crise climática"

Ponto de encontro está agendado para as 15h00 na rotunda do Relógio, do lado da Avenida do Brasil e tem como finalidade criar "disrupção da hora de pico dos voos no aeroporto de Lisboa".

01 de junho de 2025 às 08:15
Aeroporto de Lisboa Foto: Getty Images
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O movimento ambientalista Climáximo convocou para a tarde deste domingo um protesto junto ao aeroporto de Lisboa para "travar a crise climática" e exigir transportes gratuitos e o corte de emissões de gases com efeito de estufa.

O ponto de encontro do que designam de "assentada popular" está agendado para as 15h00 na rotunda do Relógio, do lado da Avenida do Brasil (perto de um dos acessos ao aeroporto), e tem como finalidade criar "disrupção da hora de pico dos voos no aeroporto de Lisboa".

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Em comunicado, o Climáximo considera o aeroporto Humberto Delgado "a infraestrutura atualmente mais poluente do país", referindo que é "um espelho não só da turistificação que enfrentam as nossas cidades, mas também do tamanho monstruoso da indústria da aviação global".

"O aeroporto de Lisboa e a indústria da aviação são um dos principais culpados em Portugal pela crise climática e pelos desastres a que temos assistido com horror, como [nas cheias de] Valência", acusa, lamentando o "consenso parlamentar" para a construção de um novo aeroporto.

Para o coletivo, a construção de uma nova infraestrutura aeroportuária é "uma bomba de carbono".

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O novo aeroporto internacional de Lisboa, a construir em Alcochete, foi apresentado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em maio do ano passado.

"Com os resultados das eleições [legislativas], tornou-se ainda mais claro que este sistema não nos vai salvar. Aliás, ao contrário: está a colapsar e a empurrar-nos para o abismo climático. Temos de ser nós, as pessoas comuns, a puxar o travão de emergência, construir a democracia popular e entrar em resistência climática já", afirma o Climáximo.

Citada no comunicado, a porta-voz do grupo Maria Lourenço lembra também que, para evitar o colapso climático e social, Portugal precisa de cortar "pelo menos 85% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030".

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"Esta é uma grande transformação social que, como temos vindo a verificar, só poderá ser liderada pelo poder popular e não pelas empresas e pelos governos. Na aviação, precisamos de cancelar já qualquer novo projeto de expansão, pôr fim ao absurdo dos jatos privados e dos voos de curta distância (como Lisboa-Porto)", salienta.

Maria Lourenço, no entanto, realça que é necessário "um investimento massivo numa rede de transportes públicos gratuitos e eletrificados que sirvam todo o território e tenha boas ligações internacionais".

"Não podemos deixar que desastres como o de Valência se multipliquem. Nós, as pessoas comuns, não escolhemos viver em crise climática. Mas temos a responsabilidade de nos unir e construir o poder popular para travá-la e aos seus culpados", defende.

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