Concurso para a linha do Metro entre Odivelas e Loures ficou deserto. Governo admite perder milhões do PRR

No relatório preliminar, júri do concurso rejeitou as três propostas apresentadas. Ministério garante que projeto vai continuar.

08 de novembro de 2024 às 17:54
Metro de superfície vai ligar Odivelas a Loures Foto: Direitos Reservados
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O relatório preliminar do júri do concurso público para a construção da Linha Violeta do Metropolitano de Lisboa, entre Odivelas e Loures, propõs a exclusão de todas as propostas apresentadas, pelo que o concurso ficará deserto, comprometendo o prazo de execução previsto no PRR. Segundo apurou o NOW, das três propostas recebidas pelo Metro, uma não incluía a documentação exigida e as outras duas apresentaram preços muito superiores ao preço base fixado pela transportadora.

A proposta do concorrente MASTERSTYLO – ELECTRICIDADE E TELECOMUNICAÇÕES, LDA., propôs um preço de 450 milhões de euros mas não incluía a maior parte dos elementos exigidos no programa do concurso.

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A proposta de preço do concorrente MOTA-ENGIL / SPIE BATIGNOLLES foi de 675 milhões de euros e a do concorrente ZAGOPE / COMSA / FERGRUPO de 637 milhões de euros, valores muito superiores ao preço base de 450 milhões de euros, podendo ir até 495 milhões, fixado pelo Metro.

Se for mantida a proposta de decisão do júri, o projeto de ligação de Odivelas a Loures por uma nova linha de metro ligeiro de superfície sofre um importante revés, pondo em causa as estimativas de custo e os prazos de execução que o Metro tem vindo a anunciar.

Em novembro de 2023 o Governo anterior aprovou a reprogramação deste investimento, prevendo um custo total de 527,3 milhões de euros, dos quais 390 milhões seriam financiados pelo PRR, na condição de serem executados até 2026. Contactado pelo NOW, o ministério das Infraestruturas e Habitação confirmou o  fracasso do concurso, dizendo que a empresa vai “abrir novo concurso para a construção da linha do Metropolitano Odivelas/Loures”.

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O ministério liderado por Miguel Pinto Luz admitiu que o Estado pode perder verbas do PRR, garantindo não estar em causa a execução da obra: “O Governo reafirma que não estará em causa a execução da obra, mas sim uma eventual alteração da fonte de financiamento”.

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