CP vai cortar comboios na hora de ponta em Sintra e Cascais
Falta de recursos e de dinheiro para peças leva a empresa a reduzir serviço em duas das principais linhas de Lisboa.
A CP vai fazer cortes nos comboios das linhas de Sintra e de Cascais. A partir de 5 de Agosto, serão menos as viagens na hora de ponta em duas das linhas mais movimentadas do país, por problemas de manutenção nas oficinas da EMEF (empresa que faz a manutenção e reparação de comboios) e a falta de dinheiro para comprar peças.
A Linha de Sintra será a mais afectada, apurou o Diário de Notícias, junto da comissão de trabalhadores. Além do fim do comboio directo entre Sintra e Alverca - que funcionava apenas na hora de ponta, entre as 6h26 e as 09h26 -, a ligação entre Mira Sintra-Meleças e Rossio passará a ser feita de meia em meia hora, em vez de ser a cada 20 minutos, anuncia a página oficial da CP.
Já na Linha de Cascais, em hora de ponta, os comboios vão passar a partir de 15 em 15 minutos, em vez de ser de 12 em 12 minutos. Ao todo, serão menos dois comboios por hora no período de maior afluência.
"Nestas linhas é preciso poupar material para que as peças possam servir para outros comboios. Como não há dinheiro para comprar essas peças, é preciso esticar o material que existe neste momento", explicou José Reizinho, da comissão de trabalhadores da CP, ao DN.
Estes cortes vão também aplicar-se à Linha do Oeste, onde vai deixar de haver comboio directo entre Caldas da Rainha e Coimbra. A partir de 5 de Agosto, os passageiros terão de passar de uma automotora diesel para uma UTE - unidade tripla eléctrica na estação da Amieira, que vai voltar a ser utilizada após cinco anos de paralisação.
"A Linha do Oeste não tem material novo e precisa urgentemente de electrificação. Está no pico de saturação", lamenta José Reizinho. E embora cada vez se verifiquem mais supressões nesta linha se verifiquem os autocarros continuam a não ser suficientes para compensar a falta.
Esta situação poderá ainda agravar-se e afectar outras zonas do país já que a EMEF, empresa que faz a manutenção e reparação de comboios, tem falta de pessoal e de peças para responder às necessidades.
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