Culatra reclama apoio após parto
Ilha só tem socorrista residente e médico uma vez por semana.
Apesar de ter corrido tudo bem com o nascimento do pequeno Arthur em casa dos pais na ilha da Culatra, em Faro, na madrugada do passado domingo - algo que não acontecia há 27 anos -, os moradores reclamam mais apoio médico durante o ano inteiro.
"Na ilha temos uma socorrista que reside cá e fica o ano todo, mas a enfermeira apenas vem durante o verão e só temos médico aqui um dia por semana. É necessário mais", revela ao CM Sílvia Padinha, presidente da Associação de Moradores da Ilha da Culatra. A dirigente realça, no entanto, a eficácia do serviço de socorro do Instituto de Socorros a Náufragos de Olhão, cuja lancha rápida foi a responsável de, no domingo, levar o médico para a ilha e transportar a mãe e o filho para o hospital.
"Felizmente foi um caso de sucesso, mas a situação revela que os meios que temos são mesmo necessários e têm de funcionar bem e rápido. Vivemos a quase três quilómetros de terra [Olhão] e estamos completamente isolados. E durante o inverno ainda se nota mais".
Há 27 anos que não era registado um nascimento na ilha da Culatra, uma vez que Arthur nasceu fruto de um parto repentino depois de a mãe ter estado no Hospital de Faro dois dias antes e lhe terem dito que estava tudo dentro da normalidade.
Curiosamente, Sílvia Padinha também nasceu na Culatra mas, nessa altura, situações destas eram mais regulares: "Não havia tantos transportes e tínhamos uma parteira na ilha. Eram outros tempos", revela.
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