Dados demonstram "uma revolução no tratamento da hepatite C"
A presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) disse esta quarta-feira.
A presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) disse esta quarta-feira que os dados do Infarmed sobre doentes totalmente curados de hepatite C vêm demonstrar que se está "perante uma revolução no tratamento da doença".
"Estes dados mostram que estamos perante uma revolução no tratamento da hepatite C. Conseguimos tratar e curar os nossos doentes. Este programa iniciou-se em fevereiro, ainda não temos tempo para ter os resultados que desejamos", declarou à agência Lusa Isabel Pedroto.
A responsável da APEF lembrou que a maior parte dos tratamentos são prolongados (24 semanas) e que o doente só sabe se está curado 12 semanas após este ter terminado.
"É claro que é uma boa notícia. É um começo. Vamos ter de aguardar mais umas semanas para saber mais dados. A maior parte dos meus doentes [estou a tratar os mais graves] só vão terminar agora e depois ainda temos de esperar mais uns meses para dizer que estão curados", salientou a especialista.
Programa de tratamento curou 107 doentes
Na opinião da médica Isabel Pedroto, estes 107 casos são uma pequena parte, mas refletem "um bom começo e que se está no bom caminho".
"Este medicamento é uma a revolução, especialmente para quem está na área da hepatologia, como eu, e que se confrontava diariamente com o insucesso terapêutico e os efeitos colaterais", realçou, acrescentando que as perspetivas para o futuro "são animadoras".
Um total de 107 doentes com hepatite C ficaram totalmente curados através do programa de tratamento lançado em fevereiro, após meses de negociações entre o Governo e a indústria e de reivindicações de doentes e familiares, anunciou terça-feira o Infarmed.
"Dos tratamentos finalizados, e após a necessária análise virológica efetuada 12 semanas depois, constatou-se que 107 doentes estavam curados e apenas dois foram reportados como não curados", lê-se na informação do Infarmed.
Estes dados constam de uma página com as estatísticas do programa da hepatite C que a partir de hoje está disponível no site do Infarmed, a qual visa "dar resposta aos pedidos dos profissionais de saúde e dos média acerca da evolução dos tratamentos realizados".
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