Despachantes aconselham empresas a procurar novos mercados de exportação devido às tarifas

A Ordem dos Despachantes Oficiais manifestou-se esta terça-feira preocupada com as tarifas comerciais norte-americanas e aconselhou as empresas a diversificar os seus mercados de exportação com maior previsibilidade e estabilidade.

"É crucial que as empresas portuguesas estejam preparadas para diversificar os seus mercados de exportação, nomeadamente pelos acordos de comércio livre da União Europeia com vários países, procurando alternativas que ofereçam maior previsibilidade e estabilidade", afirmou o bastonário da Ordem dos Despachantes Oficiais, Mário Jorge, em declarações à Lusa.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, na semana passada, novas tarifas sobre todas as importações, com sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio.

No caso da União Europeia, as novas tarifas norte-americanas de 20% a produtos importados acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

"Embora o impacto direto nas exportações portuguesas ainda não esteja totalmente quantificado, os setores com uma exposição relevante ao mercado norte-americano poderão ser particularmente afetados", apontou Mário Jorge.

Adicionalmente, aquela ordem, que representa os responsáveis pelo cumprimento das formalidades aduaneiras e pela facilitação do comércio internacional, adicionou que as novas tarifas poderão desencadear medidas retaliatórias, aumentando a incerteza no comércio internacional e afetando negativamente a economia global.

"Acreditamos que a escalada do protecionismo não serve os interesses de nenhuma das partes envolvidas", referiu o responsável, considerando que "tratar parceiros comerciais como adversários é uma estratégia perigosa, que pode minar relações construídas ao longo de décadas".