Duas crianças em Coimbra com baixa visão continuam sem transporte especial para a escola

Na semana passada, a Câmara de Coimbra explicou à Lusa que são registados cada vez mais pedidos de transporte especial e que faltam "operadores com capacidade para responder".

06 de outubro de 2025 às 12:48
Câmara de Coimbra Foto: Direitos Reservados
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Duas crianças com baixa visão de Coimbra estão há três semanas sem transporte especial, revelou esta segunda-feira a mãe dos alunos, enquanto o Agrupamento de Escolas admite dificuldade em contratar transportador.

Uma semana depois de o ano letivo ter arrancado, Ana Vanessa Antunes tinha afirmado à agência Lusa que os seus dois filhos, de cinco e sete anos de idade, ambos com baixa visão, estavam sem transporte especial assegurado.

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No início da semana passada, fonte oficial da Câmara Municipal disse à agência Lusa que o Agrupamento de Escolas Coimbra Centro, responsável pela contratação daquele serviço, esperava resolver a situação no prazo de "dois a três dias, no máximo", o que acabou por não acontecer.

"Os meus filhos continuam sem solução e ainda não recebi qualquer informação por parte do agrupamento, nem um e-mail nem uma chamada - rigorosamente nada -", disse hoje à Lusa a encarregada de educação, que também tem baixa visão.

Segundo a mãe dos alunos, que frequentam o Jardim de Infância de Almedina e a Escola Primária de Almedina e moram na Póvoa de São Martinho, houve dias que teve de apanhar táxi para levar os filhos à escola, depois de ter estado 50 minutos à espera de um autocarro.

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"Não sei como vou continuar nesta condição", disse, referindo que hoje, por estar com febre, não conseguiu levar os seus filhos à escola.

Na semana passada, a Câmara de Coimbra explicou à Lusa que são registados cada vez mais pedidos de transporte especial e que faltam "operadores com capacidade para responder".

O coordenador da Escola Silva Gaio (a que está associada a Escola de Almedina), Carlos Bemhaja, afirmou que o agrupamento está "diariamente a tentar resolver esta situação".

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"Ainda não encontrámos um transportador que aceite fazer aquela rota. O transportador em causa acabou por se negar a fazer a rota, que tem três alunos, e o transportador não está interessado em transportar os três", disse, referindo que espera que o processo fique resolvido em "pouco tempo".

Sónia Morgado, gerente da empresa Táxis Morgado, afirmou à Lusa que o primeiro concurso para a rota foi com um preço-base muito baixo, tendo apresentado um valor acima (o que exclui automaticamente a proposta).

Para a responsável, é "impossível fazer transportes" com os valores definidos em concurso para as rotas de transporte especial. 

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