Energia renovável atinge 86,2% e contribui para reduzir emisões em 4,4%
2024 foi o terceiro ano mais quente da última década, mas qualidade do ar foi classificada maioritariamente como boa.
A eletricidade de origem renovável atingiu um máximo de 86,2% em 2024 e contribuiu para uma redução de 4,4% das emissões de gases com efeito de estufa face a 2023, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os impostos com relevância ambiental atingiram 5,9 mil milhões de euros (+8,7% face a 2023), impulsionados sobretudo pelo ISP, enquanto a despesa pública com proteção ambiental diminuiu para 1.610 milhões de euros (1.774 milhões de euros em 2023).
"Portugal apresentou em 2024 um panorama ambiental em transformação, com melhorias relevantes, mas com desafios persistentes, num contexto de crescimento económico", assinalou o INE, ao divulgar os indicadores do estado do ambiente relativos ao ano passado.
Entre os aspetos relevantes para este contexto, o INE sublinhou o crescimento da população residente - (mais 1% face a 2023), que foi "o segundo maior aumento do século XXI" -, que atingiu 10.749.635 pessoas, e o desenvolvimento económico, com a procura interna a crescer 2,9%.
"Observaram-se aspetos significativos na transição energética, com a eletricidade de origem renovável a atingir um máximo de 86,2%, contribuindo para a redução da dependência energética nacional para 64,3%", lê-se no documento divulgado esta sexta-feira.
O ano em apreço foi o terceiro mais quente da última década, enquanto a qualidade do ar foi classificada maioritariamente como boa (46,0% dos dias).
Apesar do número de incêndios rurais ter sido "o mais baixo da última década", a área ardida aumentou para a quarta maior deste período, segundo a mesma fonte.
"Relativamente à utilização de recursos, o consumo interno de materiais diminuiu 5%, mas a produção de resíduos setoriais aumentou 4,9% e a recolha de resíduos urbanos 3,4% em comparação com 2023", de acordo com os dados do INE, que indicam ainda que a taxa de preparação para reutilização e reciclagem de resíduos urbanos atingiu 37%, mas "ainda longe da meta de 55% para 2025".
As empresas industriais com atividades de gestão e proteção do ambiente aumentaram (+1,2 pontos percentuais), mas reduziram o investimento ambiental em 11%, com os custos operacionais a aumentarem na mesma ordem de grandeza.
"As entidades produtoras de bens e serviços de ambiente faturaram 13,9 mil milhões de euros (13,8 mil milhões de euros em 2023), dos quais 8,1 mil milhões de euros resultaram de atividades ambientais no âmbito de gestão dos recursos", destacou o INE.
O parque de veículos em circulação cresceu 4,6%, mas os carros ligeiros de passageiros 100% elétricos aumentaram 49,4%, representando 2,7% do total.
Foram vendidos 209,7 mil veículos ligeiros de passageiros novos, mais 5,1% do que em 2023.
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