Esquerda unida contra concentração de extrema-direita em Portugal

PCP, BE e Livre manifestaram repúdio contra encontro de organizações de extrema-direita em Lisboa.

07 de agosto de 2019 às 22:28
Catarina Martins é a coordenadora do Bloco de Esquerda Foto: Mariline Alves
Jerónimo de Sousa, secretário-geral comunista, apresentou as linhas gerais do programa do PCP às legislativas Foto: Lusa

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O PCP, Bloco de Esquerda e Livre manifestaram-se esta quarta-feira contra a concentração de extrema-direira marcada para a tarde de sábado alegando repúdio e considerando a conferância nacionalista uma "ofensa". 

Os dirigentes do PCP repudiaram, em comunicado, a realização de uma conferência nacionalista em Lisboa, considerando a iniciativa marcada para a tarde de sábado uma "ofensa". 

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"O PCP repudia a realização em Portugal de uma denominada conferência nacionalista, anunciada para o próximo dia 10 de agosto. A realização de tal evento, no ano em que se comemoram os 45 anos da Revolução de Abril, é uma ofensa aos que durante décadas se bateram pela liberdade e a democracia e em vários casos, nomeadamente militantes comunistas, pagaram com a própria vida", lê-se no texto.

Os comunistas sublinham ainda "os valores progressistas constantes na Constituição da República, de rejeição do racismo e xenofobia e de estruturas que perfilhem a ideologia fascista".

Entretanto, também o BE e o Livre se posicionaram contra a conferência internacional organizada pelo movimento de extrema-direita Nova Ordem Social, apelando às autoridades para atuarem no sentido de o evento não ter lugar e afirmando que vão estar presentes na contra-manifestação antifascista agendada também para sábado no Rossio.

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Um total de 65 organizações antifascistas, 28 portuguesas e 37 estrangeiras, subscreveram um manifesto contra a iniciativa da Nova Ordem Social, movimento dirigido pelo já condenado por vários crimes de índole racial Mário Machado, e estão a organizar a "mobilização nacional antifascista", tendo angariado já 6.296 aderentes de uma petição pública eletrónica que pede ação às autoridades políticas portuguesas contra aquilo que consideram ser um evento neonazi.

Os organizadores da conferência nacionalista só pretendem divulgar o local do seu evento, marcado para as 14h00, no próprio dia, pelas 09h00, segundo a página do fórum do movimento Nova Ordem Social na internet, que já confirmou a presença de representantes de partidos e movimentos europeus de extrema-direita: Josele Sanchez (Espanha), Adrianna Gasiorek (Polónia), Blagovest Asenov (Bulgária), Francesca Rizzi (Itália), Mattias Deyda (Alemanha ) e Yvan Benedetti (França).

Fonte policial adiantara já à Lusa que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) está a acompanhar "muito de perto" a conferência nacionalista.

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BE diz que autoridades deviam impedir concentração nacionalista em Lisboa

"O Bloco de Esquerda repudia a realização desta reunião e considera que ela deve ser impedida pelas autoridades portuguesas", salienta a nota enviada às redações, acrescentando que a concentração "visa promover organizações cujos membros se distinguem no apelo à violência racista".

Entretanto, um total de 65 organizações antifascistas, 28 portuguesas e 37 estrangeiras, subscreveram um manifesto contra aquele evento internacional organizado pelo grupo de extrema-direita "Nova Ordem Social", dirigido pelo já condenado por vários crimes de índole racial Mário Machado.

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A plataforma antifascista, que promete promover uma concentração também no sábado, no Rossio, em Lisboa, para se manifestar contra o encontro que consideram ser de neonazis, também avançou com uma petição pública eletrónica "Contra a conferência neonazi do dia 10 de agosto em Lisboa", que reuniu até terça-feira mais de 5.800 assinaturas, apelando às autoridades políticas e aos partidos para atuarem de forma a impedir o outro encontro.

Lembrando a iniciativa contra o encontro de extrema-direita, o Bloco afirma que vai estar representado na concentração e "apela à presença de todos, em nome da liberdade e da democracia".

Em comunicado divulgado também na terça-feira, o Livre criticou as autoridades por não travarem "a realização da conferência, não obstante a Constituição e as leis da República Portuguesa proibirem a existência de organizações de cariz fascistas".

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Por essa razão, o partido pede também a participação na "manifestação que está a ser organizada por vários movimentos antifascistas".

Os organizadores da conferência nacionalista só pretendem divulgar o local do seu evento, marcado para as 14:00, no próprio dia, pelas 09:00, segundo a página do fórum do movimento Nova Ordem Social na internet, que já confirmou a presença de representantes de sete partidos e movimentos europeus de extrema-direita: Mário Machado, Josele Sanchez (Espanha), Adrianna Gasiorek (Polónia), Blagovest Asenov (Bulgária), Francesca Rizzi (Itália), Mattias Deyda (Alemanha ) e Yvan Benedetti (França).

Fonte policial adiantou há cerca de uma semana à Lusa que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) está a acompanhar "muito de perto" a conferência nacionalista.

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