Exame de Matemática divide professores
Associação de docentes diz que foi exigente; Para Sociedade Portuguesa foi mais fácil.
A Matemática é uma ciência exata, mas a apreciação dos exames do 12º ano feita pela Associação de Professores de Matemática (APM) e Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) é reiteradamente distinta. Este ano, os professores de cada organização têm mesmo visões totalmente opostas sobre a prova realizada ontem por 48 532 alunos. "A prova exigia muito raciocínio e concentração, o que nem sempre os alunos conseguem num exame com um peso tão grande para o seu progresso. Mesmo que a média seja semelhante, não haverá tantas boas classificações como no ano passado", afirmou Jaime Carvalho e Silva, da APM.
Já a SPM considera, num parecer, que o exame foi "acessível" e teve um "nível de complexidade global inferior ao de 2015/16". Para a SPM, as questões dos Grupo I e II foram "genericamente fáceis", quatro delas eram "de resposta imediata" e "os procedimentos de cálculo requeridos são, para este nível, pouco exigentes". A SPM defende que apenas a pergunta 6 possui um grau de complexidade que diferencia os alunos mais bem preparados".
Já a APM advoga que "as questões 4 e 6 do II grupo tinham grau de dificuldade superior". Esta organização de docentes mostra-se preocupada com o que sucederá nos exames do próximo ano, uma vez que as metas introduzidas por Nuno Crato entram em vigor no 12º ano. "Antevemos que haja agora mais reprovações e no próximo ano estes alunos terão exames com muitas alterações, devido às metas, mas os professores estão no escuro. É preciso que o Ministério da Educação defina uma prova-modelo", disse Jaime Carvalho e Silva, frisando que "a maioria dos docentes não cumpre os programas, que são muito extensos".
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