Falta de capacidade da linha SNS 24 impede alargamento de programa para reduzir pressão nas urgências
Programa "ligue antes, salve vidas", para reduzir a pressão nas urgências, ainda não foi implementado em todas as unidades locais de saúde por falta de capacidade da linha SNS 24.
O programa "ligue antes, salve vidas", para reduzir a pressão nas urgências, ainda não foi implementado em todas as unidades locais de saúde por falta de capacidade da linha SNS 24, reconheceu esta quarta-feira o diretor executivo do SNS.
Numa audição na comissão parlamentar de Saúde, a pedido da bancada do PS, Álvaro Almeida adiantou que o programa está em vigor em 27 das 39 unidades locais de saúde (ULS), o número que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) consideraram que a linha tinha capacidade de suportar.
Quando atingiu as 27 ULS, "foi entendido por parte dos SPMS e compreendido pela Direção Executiva que não haveria capacidade para continuar a alargar o programa", admitiu o responsável pela entidade que gere a rede das unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Aos deputados, Álvaro Almeida referiu ainda que a Direção Executiva gostaria de poder alargar o "ligue antes, salve vidas" a todo o país, considerando que a medida ajuda a uma melhor utilização dos cuidados de saúde, mas "dificuldades operacionais obrigam" a manter o programa as 27 ULS.
O programa, que começou como projeto-piloto na ULS Póvoa do Varzim-Vila do Conde e que foi alargado gradualmente às outras ULS, tem permitido "aliviar significativamente o funcionamento" das urgências hospitalares, através da orientação dos utentes para o nível de cuidados mais adequado, salientou.
Álvaro Almeida adiantou que a linha SNS 24 teve cerca de 3,5 milhões de contactos, dos quais 1,8 milhões levaram à orientação dos doentes para alternativas às urgências hospitalares, a maioria para os cuidados de saúde primários, mas também para autocuidados.
"Temos um ganho enorme para o SNS que é a libertação de grande parte da procura das urgências hospitalares que é desnecessária", defendeu o diretor executivo do SNS, que rejeitou que a Linha SNS 24 seja a única porta de entrada dos utentes no SNS.
Nesse sentido, referiu que anualmente são realizadas cerca de 47 milhões de consultas por ano, enquanto a linha SNS 24 realiza cerca de 3,5 milhões de contactos.
"Este número é só para chamar a atenção que há muito SNS - a maior parte do SNS - que está para além da linha SNS 24. Parece-me um exagero dizer que a linha SNS 24 é a única porta de entrada no SNS", disse Álvaro Almeida.
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