Fernando Medina ataca chefias da Saúde e é criticado
Presidente da câmara diz que situação de Lisboa se deve à incompetência dos “responsáveis pela matéria”.
Fernando Medina culpou as “más chefias e o pouco exército” pelo crescimento dos casos de Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa. Disse ainda que esta região não está a conseguir “ganhar a guerra” por incompetência das autoridades de Saúde.
“É uma nota direta a todos os responsáveis por esta matéria”, afirmou no seu espaço habitual de comentário na TVI24. “Ou as chefias conseguem em poucos dias pôr ordem na casa ou as chefias têm de ser reavaliadas”, acrescentou o presidente da Câmara de Lisboa, que provocou uma onda de reações às suas declarações.
Rui Rio, líder do PSD, atestou que a situação que se enfrenta na zona de Lisboa e Vale do Tejo é, “no fim, um problema político” . “O responsável é sempre o primeiro-ministro, o anterior a ministra, seguindo os secretários de Estado, a DGS, por aí fora”, declarou. No entanto, lembrou que “tem de haver capacidade técnica para poder aconselhar o poder político”.
O gabinete de António Costa não quis comentar, remetendo a resposta para o Ministério da Saúde, que se manteve em silêncio. Ao que o CM apurou, porém, as declarações de Medina terão sido entendidas pelo primeiro-ministro como críticas à Administração Regional de Saúde (ARS). A mesma que garante que “tem havido grande colaboração entre as entidades”.
“Autarquia também não cumpriu”
A Associação de Proteção e Socorro (Aprosoc) foi das primeiras a reagir às palavras de Medina, e contra-atacou. “A autarquia de Lisboa também não cumpriu exemplarmente a sua missão de proteção civil que lhe compete”, escreveu, em comunicado, o presidente João Paulo Saraiva.
Presidente preferiu manter-se à parte
Esta terça-feira, em Assembleia Municipal, o PSD defendeu que Fernando Medina deve assumir que esteve mal e pedir a demissão.
PS diz que é “número”
A concelhia de Lisboa do PS disse que o pedido de demissão de Fernando Medina por parte do PSD é “um número político”e não tem credibilidade.
Lembra “papel essencial”
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lembrou que os “autarcas também têm um papel essencial no combate das pandemias”.
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