Greve da função pública com adesão de 100% em vários hospitais

Frente Comum denuncia casos de hospitais que estão a pressionar médicos a trabalhar.

27 de outubro de 2017 às 07:29
Médicos Foto: Getty Images
Médicos, xxx Foto: Getty Images
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A cordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, considerou esta sexta-feira que a adesão nos hospitais, com vários a 100 por cento nas primeiras horas, é indicativa que a participação na greve geral será elevada.

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A dirigente sindical, que prestou declarações à porta do Hospital de São José, em Lisboa, referiu que o início de greve está a ser "muito bom".

"Tendo em conta os objetivos da greve e o sentimento que graça na administração pública, o descontentamento vai levar a que a participação seja muito grande", disse.

Ana Avoila afirmou que no hospital de São José a adesão à greve é de 100 por cento, tal como na Estefânia ou nos hospitais em Braga, Bragança, Famalicão e Guimarães.

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"No Porto, só há os serviços mínimos. O Garcia de Orta, em Almada, o Barreiro e os hospitais de Coimbra também estão com o mesmo nível de adesão", afirmou.

No hospital São Francisco Xavier a adesão é de 95 por cento, em Santa Maria de 80 por cento e na Maternidade Alfredo da Costa de 75 por cento, enquanto que no Amadora-Sintra a adesão é de 100 por cento, sendo considerado pela dirigente sindical como um "sítio muito difícil" de conseguir estes níveis.

Ana Avoila disse que o Orçamento do Estado fica "muito muito aquém do necessário" no momento.

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"O que vem é muito pouco. Fica tudo congelado exceto uma parte das progressões nos escalões, é mais aquilo que tiram do que aquilo que dão", concluiu.

Hospitais pressionam médicos

Ao final da manhã desta sexta-feira, Ana Avoila voltou a fazer um balanço da greve geral e aproveitou para denunciar alguns casos de hospitais que estão a pressionar os médicos a trabalhar.

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Maioria das escolas encerrada

A maioria das escolas está encerrada ou vai fechar por falta de professores ou outro pessoal, que aderiram à greve geral, segundo um primeiro levantamento feito pela Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Nestas zonas do país "poderá haver uma ou outra escola aberta, mas os agrupamentos optaram por fechar", disse o presidente da ANDAED, que estima que, a nível nacional, "a maioria das escolas estará fechada".

"Falei com vários colegas um pouco por todo o país e há uma forte adesão de professores, em especial os do pré-escolar e do 1º ciclo, assim como de assistentes (funcionários) em todos os níveis de ensino", contou à Lusa o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, que esta manhã contactou diretores escolares das zonas de Coimbra, Viseu, Lisboa, Porto e Gaia.

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"A adesão a esta greve deve ser das maiores dos últimos anos. Os funcionários estão a trabalhar a dobrar porque há uma promessa de mais 1.500 funcionários que continua sem acontecer e a cereja no topo do bolo para os professores foi o Orçamento do Estado que esqueceu os 10 anos de serviço docente", sublinhou Filinto Lima.

Também contactado pela Lusa, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, acredita que "uma boa parte das escolas vão ter problemas, mas diz não ter dados sobre a adesão à greve.

Manuel Pereira explica que não teve tempo para fazer uma ronda pelo país porque está ocupado em resolver os problemas do seu agrupamento, General Serpa Pinto, em Cinfães: "A minha escola fica encerrada a partir das 10h00, porque não tenho funcionários para fazer a vigilância nem tenho gente para o refeitório. Na E.B. temos cerca de 600 alunos", explicou.

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"Há muitas escolas que já estão encerradas e outras que estão abertas mas vão fechar", diz Manuel Pereira.

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