Greve limita operações
Enfermeiros cumpriram último dia de protestos.
As salas dos blocos operatórios dos hospitais de S. João e de Santo António, no Porto, estiveram esta quinta-feira fechadas devido à greve dos enfermeiros, que cumpriram o quarto e último dia, desta vez na região Norte do País.
No Hospital de São João, muitos utentes desconheciam que decorria uma greve. Porém, alguns setores daquela unidade hospitalar, como a Pediatria, estiveram sem enfermeiros durante alguns períodos do dia. "Não sabia que havia greve, mas também não fui afetada. Concordo que, se as pessoas não estão bem, façam greve, já que é um direito que lhes assiste", disse Maria de Lurdes Silva.
"A adesão no turno da noite foi de cerca de 70 por cento nos hospitais do distrito do Porto, tendo aumentado no turno da manhã para os 79%. Em Viana do Castelo, rondou os 70 por cento, e em Guimarães os 80 por cento", explicou José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
"Os enfermeiros apenas responderam às situações de urgência e asseguraram os serviços mínimo", referiu.
O sindicato faz um balanço positivo dos quatro dias de greve, que começou em Lisboa, Alentejo e Algarve, de 11 a 13 de agosto, e se estendeu à região do Centro e, por fim, ontem, ao Norte.
Os enfermeiros exigem melhores condições de trabalho, como por exemplo aumento salarial, cumprimento de 35 horas de trabalho e reposicionamento dos dez mil enfermeiros que estão em contrato individual de trabalho.
O presidente do sindicato garantiu que, se as respostas do Ministério da Saúde tardarem, serão tomadas mais medidas de protesto. "Iremos radicalizar as formas de luta, com mais greves e mais concentrações", afirmou José Carlos Martins.
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