IGAS analisa em vários hospitais do País cirurgias e consultas adicionais para apurar possíveis irregularidades
Em causa poderão estar irregularidades semelhantes às do dermatologista Miguel Alpalhão do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que ganhou mais de 700 mil euros.
Em vários hospitais de Norte a Sul do País estão inspetores da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde para analisar todas as cirurgias ou consultas realizadas por médicos em produção adicional.
De acordo com a CNN Portugal, a operação está em curso desde 8 de setembro e está a ser feita por quatro “inspetores da equipa multidisciplinar para os serviços de auditoria”, refere a IGAS. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde pretende verificar se os hospitais e profissionais de saúde cumprem as regras quando são feitas cirurgias pagas à parte com o intuito de combater ou reduzir as listas de espera.
Em causa poderão estar irregularidades semelhantes às do dermatologista Miguel Alpalhão do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que ganhou mais de 700 mil euros em três anos com 450 cirurgias realizadas em produção adicional.
Relativamente a este caso, segundo o IGAS, verificou-se a "codificação indevida de diagnósticos adicionais de comorbilidade que levaram ao agrupamento no nível de severidade 2, em pequenas cirurgias que não utilizaram sedação, monitorização anestésica ou estadia em recobro".
Os inspetores já se encontram, segundo a mesma fonte, no IPO do Porto e nove ULS: Amadora-Sintra, Braga, Castelo Branco, Gaia, Loures, Santa Maria, Santo António, São João e Trás-os-Montes.
O caso de Miguel Alpalhão foi enviado para o Ministério Público para apuramento sobre eventual responsabilidade financeira nos pagamentos indevidos. O dermatologista poderá ter de devolver grande parte do dinheiro conseguido nas cirurgias.
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