Infeções respiratórias enchem urgências
Amadora-Sintra recebeu 18 na reanimação no sábado. Muitos utentes vão às urgências sem ligar ao SNS24
O aumento de casos de infeções respiratórias e síndromes gripais que se registou na última semana encheu as urgências hospitalares e fez disparar os tempos de espera após triagem. Em quatro dias, entre 23 e 26 de dezembro, houve 63 721 episódios de urgência no SNS, dos quais 4611 foram registados como gripe ou síndrome gripal (773) ou como outras infeções respiratórias (3838). Com casos mais graves, a percentagem de utentes triados com pulseira amarela (urgente) e laranja (muito urgente) subiu em relação ao resto do ano. Nos quatro dias que incluem a época natalícia, 58,78% do total de episódios de urgência foram triados como urgente (47,54%) ou muito urgente (11,24%), um registo superior ao verificado desde 1 de janeiro (45,48% de urgentes e 10,03% de muito urgentes). No Hospital Amadora-Sintra, por exemplo, foram efetuadas no sábado (dia em que o tempo médio de espera atingiu as 20 horas) 18 admissões na reanimação, de doentes que corriam sério risco de vida. De acordo com a unidade hospitalar, que ontem à tarde tinha espera de quase 6 horas para doentes com pulseira amarela, num período de 24 horas foram admitidos mais de 800 utentes nas várias urgências, sendo que apenas cerca de um quinto (186) recorreram previamente à Linha SNS24. O elevado número de doentes coloca sob forte pressão os profissionais de saúde, pelo que o hospital informa que estão “mais de 200 profissionais nos Serviços de Urgências, incluindo médicos, enfermeiros e outros técnicos e equipas de apoio”, refere a ULS Amadora-Sintra. Mas não é só neste hospital que os tempos de espera se têm mantido elevados nos últimos dias. No Hospital de Loures - que deixou de ser parceria público-privada em janeiro de 2022 -, a espera ontem atingiu as 14 horas (casos urgentes) e mais de 7 horas (menos urgentes). Em Leiria, as pulseiras verdes esperaram quase 8 horas.
INEM atingiu 1,5 milhões de chamadas desde o início do ano
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) chegou ontem às 1,5 milhões de chamadas atendidas nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes desde 1 de janeiro, um valor em linha com os dados registados nos últimos dois anos. O INEM refere que, em 2024, o CODU atendeu 4120 chamadas por dia, cerca de 171 chamadas por hora. No total são 1,5 milhões de chamadas.
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