Jatos de água em lua de Júpiter
Investigadores não descartam a hipótese de se encontrar vida.
A lua ‘Europa’, do planeta Júpiter, tem jatos de vapor de água à superfície que atingem 200 quilómetros de altura, revelou ontem a agência espacial NASA. A descoberta é encarada com bastante entusiasmo pela comunidade científica, pois permitirá estudar a composição do oceano existente sob a camada de gelo da superfície sem a perfurar. A ‘Europa’ é apontada como um dos locais no espaço com maior possibilidade de conter vida.
A conclusão da NASA surge na sequência de imagens recolhidas pelo telescópio espacial Hubble, que tem estado a estudar esta lua de Júpiter. "A quantidade de água no interior de ‘Europa’ é cerca de vinte vezes toda a quantidade de água que há no planeta Terra, portanto, à priori, há uma enorme esperança enorme que possa ter vida", explica ao CM Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica do Porto.
De acordo com o especialista no estudo de planetas, apesar de estar muito longe do Sol – 778 milhões de quilómetros –, "a temperatura da água estará a cerca de 20 graus e, portanto, é perfeitamente compatível com a vida como nós a conhecemos". Pedro Machado explica ainda que foram também detetadas moléculas orgânicas. "Isso e água, parece-nos a história do nascimento da vida na Terra", afirma, entusiasmado.
Paul Hertz, diretor de Astrofísica da NASA, refreia os ânimos: "O facto de existir água líquida não é sinónimo de vida. Pode ter, quando mais não seja, formas de vida, a nível bacteriano ou até mais evoluída". Os dados agora revelados foram obtidos em 2014. A NASA prevê que, só a partir de 2018, o telescópio espacial James Webb possa fazer observações mais detalhadas.
Júpiter e a sua lua ‘Europa’ estão a cerca de 588 milhões de quilómetros de distância da Terra. A sonda Juno, por exemplo, demorou três anos a lá chegar.
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