Ler Os Maias no secundário vai deixar de ser obrigatório
Novas "aprendizagens essenciais" prevêem que seja ensinado apenas um romance de Eça de Queirós.
A partir do próximo ano lectivo, ler Os Maias
ou A Ilustre Casa de Ramires, ambas de Eça de Queirós,
A partir do próximo ano lectivo, ler Os Maias ou A Ilustre Casa de Ramires, ambas de Eça de Queirós, vai deixar de ser obrigatório. Segundo noticia o Público esta quarta-feira, esta medida faz parte das novas "aprendizagens essenciais" que vão substituir as "metas curriculares" implementadas pelo anterior ministro da Educação Nuno Crato.
Medida já aplicada em 230 escolas do projecto-piloto de flexibilidade curricular, vai passar a ser aplicada de forma generalizada nos anos iniciais de cada ciclo (1.º, 5.º, 7.º e 10.º ano). Em 2019/2020 os exames vão passar a avaliar "o que está disposto nas aprendizagens essenciais", explicou o Ministério da Educação jornal.
"Há uma diminuição das obras propostas para leitura, que coexiste com o alargamento das opções que podem ser tomadas pelos professores", revelou Filomena Viegas, a presidente da Associação de Professores de Português (APP). Enquanto em anos anteriores
estava especificado que Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires tinham de ser obrigatoriamente estudados, a partir de agora apenas se exige a leitura de uma obra de Eça de Queirós.
O mesmo vai acontecer com obras de Almeida Garrett, Alexandre Herculano ou Camilo Castelo Branco – onde apenas será necessário "escolher um romance" – e poemas de Antero de Quental ou Cesário Verde – onde será exigido "escolher três poemas".
"O que interessa é conhecer a obra do autor, pois qualquer leitura feita deve permitir fazer outras", disse a presidente da APP.
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