Maço de cigarros sobe em média 1,22 euros
Transferência, em 2027, de 15% das receitas dos impostos nacionais sobre o tabaco para a União Europeia representa 225 milhões de euros. Sindicato diz que não se pode defender a saúde sacrificando o emprego.
A União Europeia têm em marcha um reforço da carga fiscal sobre o tabaco, que pode representar um aumento médio de 1,22 euros por maço de cigarros. Estas medidas estão pensadas para entrarem em vigor a partir de 2027. O agravamento do preço resulta da revisão da diretiva de impostos e também da decisão inédita de transferência de 15% das receitas dos impostos nacionais sobre o tabaco, o que se traduz num valor de cerca de 225 milhões de euros, que serão deslocados todos os anos de Lisboa para Bruxelas.
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Reforço da carga fiscal sobre o tabacoO agravamento do custo do tabaco deverá ditar, como tem acontecido, uma redução do número de consumidores - Portugal tem 1,5 milhões de fumadores - com a consequente quebra na indústria, algo que preocupa o setor. O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, por exemplo, considera que “não se pode defender a saúde sacrificando o emprego e o sustento das famílias”: “O que a Organização Mundial da Saúde está a propor e a Comissão Europeia acompanha é incompreensível. Querem proibir o lucro num setor que é legal, que paga impostos, que cumpre regras e que garante milhares de empregos. Isto é um ataque direto aos trabalhadores e à economia portuguesa.”
A Tabaqueira, sedeada em Albarraque, emprega cerca de 1500 trabalhadores e garante mais de 3000 empregos indiretos através de fornecedores, distribuidores e parceiros. A fábrica de Sintra é a sétima maior exportadora nacional, com 25 mil milhões de cigarros por ano. No Dia Mundial do Cancro do Pulmão, a 1 de agosto, o Ministério das Finanças disse estar contra a posição da Comissão Europeia.
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