Mais de 40 associações pedem ao Governo medidas urgentes para melhorar cuidados paliativos

Na carta aberta, são exigidas medidas urgentes para garantir o acesso equitativo e de qualidade aos cuidados paliativos em Portugal.

18 de setembro de 2025 às 13:12
Cuidados paliativos são uma necessidade crescente em Portugal Foto: iStockphoto
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A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) entregou uma carta aberta ao Governo, com o apoio de mais de 40 associações, a exigir medidas urgentes para garantir o acesso equitativo e de qualidade aos cuidados paliativos em Portugal.

Na carta dirigida à ministra da Saúde e à Direção Executiva do SNS, esta quinta-feira divulgada, a APCP e o Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais, que reúne mais de 40 associações, manifestam a sua "profunda preocupação" com atual situação dos cuidados paliativos em Portugal.

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"Consideramos inadiável a adoção de medidas estruturais que assegurem o direito de todas as pessoas a cuidados que lhes proporcionem qualidade de vida, conforto, dignidade e minimização do sofrimento, sobretudo nas fases da vida em que mais necessitam de apoio especializado", afirmam na carta, a que a agência Lusa teve acesso.

Salientam que, "apesar do reconhecimento nacional e internacional do valor dos cuidados paliativos", o panorama atual é marcado por uma "escassez crónica de recursos humanos, com equipas a funcionar frequentemente abaixo dos rácios mínimos recomendados, agravando o risco de exaustão e comprometendo a continuidade assistencial".

É também marcado por "falta de espaços físicos e equipamentos adequados", o que compromete "a dignidade dos cuidados".

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Neste sentido, as organizações apelam ao desenvolvimento e implementação de um Plano Nacional para os Cuidados Paliativos, que contemple incentivos específicos para equipas e profissionais, promovendo a adesão e retenção nesta área sensível.

As associações apelam igualmente à criação da carreira e progressão próprias para a Medicina Paliativa, incluindo o reconhecimento oficial da especialidade médica, e ao investimento em estruturas físicas e equipamentos adequados à prestação de cuidados de qualidade.

"Expansão e qualificação das equipas comunitárias, hospitalares e unidades de internamento, garantindo cobertura nacional com rácios adequados" e "formação dirigida a profissionais, gestores e dirigentes, promovendo uma cultura organizacional alinhada com os princípios dos cuidados paliativos" são outras medidas propostas.

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Estas propostas resultam diretamente do estudo nacional conduzido pela APCP junto de 41 equipas de cuidados paliativos, cujos resultados identificaram de "forma clara" as principais ameaças, necessidades e oportunidades sentidas no terreno.

As organizações dizem estarem convictas de que "só com um compromisso político firme e colaborativo entre o Ministério da Saúde, a Direção Executiva do SNS e demais entidades envolvidas será possível assegurar a concretização destas medidas".

A APCP manifesta ainda a total disponibilidade para colaborar com a tutela na "construção técnica e estratégica deste plano, em benefício dos doentes, das famílias, dos cuidadores informais, dos profissionais de saúde e da sustentabilidade do sistema de saúde português".

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