Bactérias matam 4600 por ano nos hospitais
Oito mortos em Gaia em dois meses.
Treze doentes estão internados, em isolamento, no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), infetados com a bactéria klebsiella pneumoniae. Em dois meses, foram infetadas 30 pessoas, e oito pacientes acabaram por morrer. Por ano, morrem nos hospitais e centros de saúde mais de 4600 pessoas vítimas de infeções provocadas por bactérias resistentes a antibióticos, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.
Esta quarta-feira, Margarida Mota, coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos do CHVNG/E, explicou que as oito mortes "não estão diretamente ligadas a esta bactéria". São casos de doentes "com patologias clínicas complicadas ou que estão em situação de pós-operatório com drenos e que por isso estavam mais vulneráveis".Segundo o CHVNG/E, a origem do surto foi uma doente que estava internada com uma complicação pós-operatória na cirurgia. "Chegámos a esta conclusão porque o primeiro caso [notificado a 7 de agosto] era um doente que tinha sido admitido há pouco tempo" e partilhou a mesma unidade de pós-operatório. Por isso, é provável que a bactéria se tenha desenvolvido como "efeito colateral da terapêutica com antibióticos" ministrada à primeira paciente, que já estava internada há 50 dias e que já tinha feito "vários ciclos de antibióticos".
A responsável garantiu que o hospital está a "controlar todos os doentes que possam ter estado em contacto com os pacientes infetados". Margarida Mota explicou que os 44 doentes que foram rastreados "estão sob medidas de vigilância" até serem conhecidos os resultados dos rastreios.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt