Metro de Lisboa apela à suspensão da greve de trabalhadores na quinta-feira
Paralisação não conta com serviços mínimos.
O Metropolitano de Lisboa (ML) apelou esta quarta-feira às organizações representativas dos trabalhadores que suspendam a greve parcial marcada para quinta-feira, reiterando a sua abertura ao diálogo "sério e responsável".
Os trabalhadores do ML cumpriram na segunda-feira uma greve parcial que, de acordo com os sindicatos, teve uma adesão "expressiva". A paralisação repete-se na quinta-feira, sem serviços mínimos, para reivindicar o aumento do subsídio de refeição, de férias e de Natal, e alterações no horário máximo de trabalho semanal.
Esta quarta-feira, em comunicado, o ML reafirma que desde o primeiro momento procurou estabelecer um diálogo construtivo com as organizações representativas dos trabalhadores (ORT).
"Sensível às reivindicações apresentadas, a empresa avançou com duas propostas negociais cuidadosamente estruturadas, assentes nos princípios do Acordo de Empresa de 2023 e no cumprimento do enquadramento legal em vigor", é referido na nota.
De acordo com a transportadora, as "propostas contemplam a melhoria das condições de trabalho, incluindo a valorização das categorias profissionais e a redução do número de horas de trabalho semanal, enquadradas numa estratégia mais ampla de modernização tecnológica e de reforço da eficiência organizacional".
Para o Conselho de Administração do ML, "estas soluções constituem um pacote sólido, equilibrado e robusto, capaz de contribuir para desbloquear a aceitação das ORT e para assegurar simultaneamente estabilidade laboral, valorização profissional e a sustentabilidade económica da empresa".
Segundo a empresa, a greve "não se justifica", uma vez que as "soluções apresentadas configuram já um compromisso robusto e consistente, capaz de assegurar ganhos e avanços significativos para os trabalhadores em matéria de valorização profissional, melhores condições de trabalho e maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional".
Por isso, a transportadora apela ao "bom senso das organizações sindicais, sublinhando que a via do diálogo sério e responsável é o único caminho capaz de assegurar benefícios justos para os trabalhadores, estabilidade para a empresa e a prestação de um serviço público de transporte de qualidade".
Os trabalhadores decidiram na segunda-feira manter as greves após um plenário no qual foram rejeitadas as propostas apresentadas pela empresa.
A paralisação foi marcada das 05h00 às 10h00 para os trabalhadores da operação, das 07h00 às 12h00 para os trabalhadores do setor oficinal, das 07:30 às 12:30 para trabalhadores dos setores fixos e administrativos e das 02h00 às 07h00 para trabalhadores dos serviços noturnos e via.
O tribunal arbitral não decretou serviços mínimos para estas greves parciais.
O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
O serviço funciona habitualmente a partir das 06:30, mas a empresa informou que a greve devia motivar um atraso na abertura até cerca das 10:30, o que se confirmou na segunda-feira.
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