Milhares afirmam orgulho LGBTI+ em marcha que coloriu centro do Porto

Ao longo do percurso, entre bandeiras coloridas desde as mais pequenas até às gigantes, foram visíveis cartazes com inscrições como "Direito a existir, dever de resistir" e o "O mundo precisa do nosso ativismo".

28 de junho de 2025 às 18:57
Milhares na Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto afirmam visibilidade e direitos Foto: Fernando Veludo/Lusa
Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto afirma direitos e visibilidade da comunidade Foto: Fernando Veludo/Lusa
Participantes na Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto reivindicam direitos e visibilidade Foto: Fernando Veludo/Lusa
Porto marcha pelo orgulho LGBTQIA+ com milhares nas ruas e cartazes impactantes Foto: Fernando Veludo/Lusa
Marcha do Orgulho LGBTI+ colore centro do Porto, afirmando visibilidade da comunidade Foto: Fernando Veludo/Lusa
Participantes na Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto defendem que família é feita de amor Foto: Fernando Veludo/Lusa
Porto celebra 20.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ com milhares de pessoas nas ruas Foto: Fernando Veludo/Lusa
Milhares juntam-se na 20ª Marcha do Orgulho LGBTI+ no Porto contra a opressão Foto: Fernando Veludo/Lusa

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Milhares de pessoas coloriram este sábado várias artérias do centro do Porto na 20.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ da cidade, numa ocupação do espaço público afirmando a sua visibilidade e contra as várias opressões vividas pela comunidade.

A marcha iniciou-se na Avenida dos Aliados e circundou o centro do Porto, preenchendo praticamente metade da Praça da República, a totalidade da Rua da Boavista até à viragem para Cedofeita e a totalidade da Rua de Cedofeita, até chegar ao Largo Amor de Perdição, na Cordoaria.

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Ao longo do percurso, entre bandeiras coloridas desde as mais pequenas até às gigantes, foram visíveis cartazes com inscrições como "Direito a existir, dever de resistir", "O mundo precisa do nosso ativismo", "Antes fufa que fascista", "O amor é de todas as cores", "Viver não é só respirar", "Não há cura para o que não é doença", "O amor não precisa da tua permissão" ou "Gisberta presente".

Também foram sendo entoados cânticos como "nem menos, nem mais, direitos iguais", "a nossa luta é todo o dia contra o machismo, fascismo e homofobia", "vida independente é para toda a gente", "o corpo não binário é revolucionário" ou "mulheres com deficiência também estão na resistência".

"A importância é de ser a vigésima. A importância é de assistirmos a um retrocesso e um ataque àquilo que são as nossas existências. Então, é um dever vir lutar, especialmente para quem pode. Infelizmente estamos cá também por aquelas e por aqueles que não conseguem lutar", disse este sábado à Lusa Filipe Gaspar, da organização, antes do arranque da marcha.

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Filipe Gaspar considerou que "esse imperativo este ano é mais forte precisamente para lutar contra essas ameaças que vêm das linhas orientadoras da extrema-direita", sendo o objetivo da marcha "vir para a rua ocupar o espaço público".

"O discurso de ódio tem crescido de forma horrorosa. Basta ver os comentários que vemos nas páginas dos jornais, que para nós é um constante ataque", lamentou, pedindo às pessoas que imaginem o que seria "todos os dias abrir um jornal e ver a sua identidade ou a sua forma de existir atacada".

Precisamente sobre os comentários que incentivam as pessoas LGBTI+ a não se expressarem publicamente, Filipe Gaspar considera que "esse tipo de crítica vem de um lugar de preconceito - que todos temos, por isso isto não é um insulto a ninguém" - alicerçado numa sexualização errónea das pessoas.

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"Só que nós estamos a falar de afeto", bem como do "direito à família, é isso que estamos a reivindicar, e também querem que nós fiquemos em casa, que escondamos as nossas famílias, a forma do nosso afeto", prosseguiu.

Filipe Gaspar afirmou que se quem critica viesse a uma marcha poderia "desconstruir muitos preconceitos e estereótipos em relação às pessoas que frequentam este lugar, este espaço e estas existências".

"É mesmo baixar as guardas e ouvirmos. Nós somos pessoas, nós somos seres humanos como qualquer pessoa, temos sentimentos, e não queremos ser reduzidos a seres sexuais, sexualizados ou fetichizados. Não queremos estar nesse lugar, queremos efetivamente estar no lugar de toda a gente: no trabalho, nas instituições, na política", vincou.

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