Ministra da Saúde alerta para agravamento da Covid-19 em Portugal

Portugal continental prolonga estado de alerta até dia 30 de novembro.

29 de outubro de 2021 às 01:30
Marta Temido informou que já foram administradas 384 754 vacinas contra a gripe Foto: Lusa
Gouveia e Melo revelou segredos da vacinação contra a Covid Foto: Lusa

1/2

Partilhar

A situação de alerta em Portugal continental devido à Covid-19 vai ser prorrogada até 30 de novembro, anunciou esta quinta-feira o Governo, no mesmo dia em que a ministra da Saúde, Marta Temido, avisou para um agravamento da situação epidemiológica na última semana. A situação de alerta - o nível mais baixo de resposta a catástrofes previsto pela Proteção Civil - foi iniciada a 1 de outubro e terminava no domingo.

Segundo a governante, o agravamento da situação era esperado e acompanha a situação europeia, "embora num contexto em que uma larga maioria da população está vacinada", afirmou após o Conselho de Ministros que prolongou o estado de alerta.

Pub

A ministra da Saúde disse que a vacinação contra a gripe e a terceira dose contra a Covid-19 está a decorrer com normalidade e praticamente concluída nos lares de idosos, avançando que o processo nesta faixa da população deverá estar concluído "até ao final de dezembro". A governante disse ainda que foram administradas 384 754 vacinas contra a gripe desde o início da campanha de vacinação, a 27 de setembro.

Esta quinta-feira foram registados mais 888 casos e cinco mortes, com as previsões do Instituto Ricardo Jorge a apontarem para 1300 casos a 7 de novembro, segundo a ministra. Marta Temido avisa que "há vários fatores de contexto preocupantes, como a situação europeia, temperaturas frias que se avizinham, circulação de doenças respiratórias associadas ao tempo frio e maior tendência de as pessoas se concentrarem em espaços menos arejados". A incidência era de 94 casos por 100 mil pessoas na última semana, abaixo dos 120 definidos como patamar de risco. Já o risco de transmissão (Rt) está já acima de 1.

Pub

Noutro âmbito, o vice-almirante Gouveia e Melo revelou quinta-feira segredos na base do êxito na vacinação, destacando a comunicação, liderança e organização. Num almoço-debate em Lisboa, o ex-coordenador da task force disse que encontrou um Serviço Nacional de Saúde "partido", pelo que teve de criar um "sistema nervoso central". O militar criticou "todos os malucos que acham que o vírus não faz mal" e recordou a decisão de enfrentar um grupo em Odivelas quando o aconselharam a sair pelas traseiras. "Eu vou passar como um navio, com a sua proa, a empurrar toda a gente", contou, arrancando aplausos. Questionado sobre a utilização do seu nome na pré-campanha eleitoral (Paulo Rangel, candidato a líder do PSD, atribuiu ao vice-almirante e não ao Governo o mérito pelo êxito na vacinação), Gouveia e Melo retorquiu que não tem "nada a ver com pré-campanhas eleitorais", atribuindo o mérito "ao povo português". E voltou a descartar um futuro político: "Se isso acontecer, deem-me uma corda para me enforcar."

Portugal é exemplo da eficácia da vacina contra a Covid-19

A responsável técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a pandemia, Maria Van Kerkhove, considerou quinta-feira que o número de casos e a mortalidade em Portugal demonstram a eficácia das vacinas contra a Covid-19, mas alertou que apenas a imunização "não é suficiente para acabar com a pandemia".

Pub

Centro Hospitalar de Setúbal tem falta de 70 médicos

Quatro médicos demissionários do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) defenderam quinta-feira no Parlamento a reclassificação urgente daquela unidade hospitalar, e alertaram para a falta de cerca de 70 médicos e para a reforma de 20 a 25 por cento dos clínicos nos próximos cinco anos.

Os quatro médicos do CHS – Isabelle Cremers, José Poças, Luís Cortez e Carlos Ribeiro – foram ouvidos na Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República, e consideraram essencial a reclassificação do hospital [do grupo C para o D], pois seria financiado de outra forma.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar