Nova carreira de enfermagem coloca serviços em risco
Diploma cria categorias de enfermeiro especialista e de gestor.
A nova carreira de enfermagem, cujo diploma foi esta segunda-feira publicado em Diário da República, coloca serviços de Saúde, como as maternidades, em risco de fechar. O alerta é da Ordem dos Enfermeiros (OE).
"A nova carreira define uma dotação de 25% de especialistas nos serviços. O que isto quer dizer é que numa equipa de 10 enfermeiros, apenas dois podem ser especialistas.
Em maternidades isto significa que apenas dois podem realizar partos", explica ao CM Ana Rita Cavaco, bastonária da OE.
O decreto-lei cria as categorias de enfermeiro especialista e de enfermeiro gestor - "a reivindicação principal dos enfermeiros no âmbito da nova carreira", refere o Ministério da Saúde em comunicado.
A remuneração do enfermeiro especialista passa a ser de 1407,45 euros, enquanto os enfermeiros com categorias subsistentes de enfermeiro-chefe e de enfermeiro supervisor passam a contar com um suplemento de 200 euros.
A Ordem dos Enfermeiros já pediu uma audiência de caráter urgente a todos os grupos com assento parlamentar.
Já a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) quer ser ouvida por Marta Temido, ministra da Saúde. "Há muitos pontos a rever no diploma, a começar pelo número de especialistas que fica de fora da atualização", refere Lúcia Leite, presidente da ASPE.
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