Número de casos não pára de aumentar: estirpe de gripe A mais agressiva com pico no Ano Novo

A estirpe predominante da gripe A é este ano mais agressiva e o número de casos não pára de aumentar devendo ser alcançado o pico da epidemia no Ano Novo.

O relatório da última semana do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge indica que foram identificados 1269 casos positivos para o vírus da gripe. 

Em igual período foram internados 16 doentes nos cuidados intensivos, sendo que desde o início da atividade gripal já estiveram nos cuidados intensivos 46 pacientes. É também indicado que o número de admissões por infeções respiratórias agudas graves foi de 97 doentes na última semana.

A época da gripe fica também marcada por 38 mil casos de infeções respiratórias, das quais 5587 de gripe, com predominância de gripe A.

A epidemia da gripe coincide ainda com um aumento da mortalidade. Os dados diários da Direção Geral da Saúde referentes aos 15 primeiros dias do mês indicam cerca de mais 600 óbitos face ao habitual nesta época do ano.

O aumento de casos neste ano resulta de uma mutação na estirpe da gripe A H3N2, que não é coberta pela vacina da gripe. 

Contudo, os dados preliminares do estudo multicêntrico de cuidados primários VEBIS (Vacina: Eficácia, Carga e Impacto) indicam que as vacinas sazonais disponíveis na União Europeia estão a fornecer proteção contra a infeção por influenza A(H3N2), com uma eficácia vacinal que varia entre 52% e 57%.

Uma conclusão semelhante foi obtida para o período gripal no ano passado, por um estudo de modelagem da RespiCompass - o Centro de Modelagem de Cenários de Doenças Respiratórias do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças -  que indicou que os programas de vacinação contra a gripe e a COVID-19 reduziram significativamente as hospitalizações entre os adultos mais velhos em toda a Europa.