Ordem dos Advogados abriu processo disciplinar a João Araújo

Declarações dirigidas a jornalista do CM dão processo disciplinar.

16 de abril de 2015 às 17:13
joao araújo Foto: José Sena Goulão/Lusa
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O Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados (OA) abriu um processo disciplinar a João Araújo, advogado de José Sócrates, por declarações dirigidas à jornalista do Correio da Manhã Tânia Laranjo.

Rui Santos, presidente do Conselho de Deontologia da Ordem, disse à Lusa que, "finalmente, na passada segunda-feira", lhe tinha chegado às mãos a queixa que a jornalista Tânia Laranjo apresentou à OA por declarações que o advogado do ex-primeiro-ministro lhe dirigiu a 16 de março, à saída do Supremo Tribunal de Justiça, onde tinha sido apreciado um pedido de libertação imediata de José Sócrates.

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Nesse dia, a jornalista Tânia Laranjo anunciou que ia apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra João Araújo e uma outra à OA. Em causa está a forma como João Araújo se dirigiu à jornalista no final da apreciação do pedido de 'habeas corpus' em que, junto ao edíficio do STJ, lhe sugeriu que "tomasse mais banho" e disse que "cheirava mal".

Rui Santos explicou que foi aberto um processo disciplinar, procedimento que permite ao advogado de José Sócrates defender-se das acusações que lhe são imputadas. "Os advogados só se podem defender em sede de processo disciplinar", frisou.

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O diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, disse ver "com normalidade" a abertura de um processo disciplinar ao advogado de José Sócrates, na sequência de declarações que violaram os "direitos mais elementares" de uma jornalista.

"Vemos com naturalidade essa decisão [do Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados], a situação foi grave e violou os direitos mais elementares de uma jornalista", disse Octávio Ribeiro sobre a decisão do Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados, de abrir um processo disciplinar a João Araújo.

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Contactado pela Lusa, João Araújo escusou-se a comentar a decisão do Conselho de Deontologia da OA, alegando que não comenta decisões que não lhe são notificadas.

"Não faço comentários a decisões que não me são notificadas. Não posso comentar o que não conheço", disse, acrescentando que estranha "que o Conselho de Deontologia notifique os jornais e não os advogados".

Para João Araújo, o facto de ter sabido da abertura do processo disciplinar pela comunicação social reflete o "descontrolo do conselho".

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