"Os miúdos estão sozinhos e destroçados": irmã de jovem que se suicidou quebra o silêncio
Irmã de jovem que se suicidou em setembro quebra o silêncio num vídeo difundido nas redes sociais.
A irmã do jovem que em setembro decidiu pôr termo à vida, menos de uma semana depois do arranque nas aulas, numa escola secundária do distrito de Viseu, quebrou o silêncio para mostrar indignação e revolta para com os que que continuam a "tentar esconder" o pesadelo que está a ser vivido pela comunidade escolar.
A jovem garante que "os miúdos estão sozinhos, enquanto os adultos tentam fazê-los parecer tranquilos". Porém, explica que " as crianças estão destroçadas e a desabar".
Recorde-se que em maio, no final do ano escolar, também outro jovem se suicidou e recentemente outros quatro tentaram pôr termo à vida: dois amigos fizeram um pacto de morte que só foi travado graças ã intervenção da mãe de um dos estudantes. Também esta sexta-feira, a presidente da associação de pais, que nunca havia mostrado disponibilidade para comentar os casos, assim como o presidente do concelho geral do agrupamento de escolas, emitiram um comunicado conjunto em que esclarecem que "é falso tudo o que tem sido dito relativamente à inoperância da escola". As entidades dizem ainda que estão perante "um problema social em que a intervenção da saúde e das autoridades policiais é igualmente fundamental", explicam.
Porém, no vídeo difundido, a irmã do jovem volta a criticar a conduta do diretor do agrupamento. "A escola está a falhar. O diretor disse que iriam ser disponibilizadas equipas de psicólogos para acompanhar os alunos, mas só tiveram uma reunião". "Não aceito que nos tentem calar com falsas narrativas a dizer que está um ambiente calmo e sereno quando os jovens estão longe de estar bem. Perderam dois amigos e foram deixados à própria sorte", garante.
A jovem recorda o irmão e a ligação forte que os unia. "O meu irmão era um ser repleto de alegria e espalhava amor. Deixou uma marca que os boatos não vão apagar", concluiu atacando os críticos que têm atacado o irmão nas redes sociais.
Os casos continuam a inquietar a comunidade porque ainda não se sabe o que está a provocar a onda de suicídios e tentativas. Bullying, consumo de drogas ou um jogo entre alunos são hipóteses. A Polícia Judiciária continua a investigar.
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