Padre que denunciou 12 casos de abusos cometidos na Igreja condenado pelo Tribunal Patriarcal de Lisboa
Juízes falam em “difamação” e “calúnia” e acusam-no de “lesão ilegítima de boa fama”.
O padre Joaquim Nazaré, que denunciou 12 casos de alegados abusos cometidos por colegas da Igreja, alguns ainda no ativo, foi condenado pelo Tribunal Patriarcal de Lisboa a pedir desculpas “pessoalmente” a um dos visados e a doar um salário – cerca de 900 euros – para o fundo do clero. Os juízes falam em “difamação” e “calúnia” e acusam-no de “lesão ilegítima de boa fama”, segundo o ‘Expresso’.
“A decisão do tribunal não tem fundamento. Não vou pedir desculpa ao padre Nuno nem doar salário ao clero”, garante ao CM o padre Joaquim Nazaré, que denunciou junto do Ministério Público e da Comissão Independente o pároco Nuno Aurélio, por abuso sexual de menor, em 1994, com base no testemunho dos pais da vítima. O jovem tinha 15 anos e era catequista na paróquia do Senhor Jesus dos Aflitos, na Cruz Quebrada (Oeiras), onde estava Nuno Aurélio. O Patriarcado de Lisboa diz que “investigou exaustivamente, através das comissões diocesanas, todas as denúncias que lhe foram comunicadas” e que também as entregou ao MP. “Mantenho o que disse”, sublinha o padre Joaquim Nazaré. “Há um ano, por motivos de saúde, pedi a D. Manuel Clemente que me retirasse de pároco. Agora, ajudo ocasionalmente, nomeadamente na Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha”, adianta ao CM
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