Pandemia mostra que nada pára o amor
Nem mesmo o distanciamento social impediu as pessoas de se apaixonarem e de criarem novos relacionamentos.
As histórias multiplicam-se e por todo o Mundo há relatos de casos de amor que nasceram em plena pandemia, apesar da distância, das máscaras, viseiras e luvas protetoras, apesar do gel desinfetante. Os sites para encontros amorosos registaram nos últimos meses maior afluência do que nunca, porque o afastamento social torna o amor ainda mais apetecível. E necessário. Como sempre, a Covid-19 veio mostrar a capacidade do ser humano para se adaptar a qualquer situação.
A psicóloga Vera de Melo diz que as máscaras "filtram a perceção que temos do presente" e que, para a maior parte das pessoas, habituar-se a não ver o rosto dos outros "pode ser algo complexo". "Desde tenra idade desenvolvemos o hábito de avaliar as expressões faciais e as utilizar como guia para o processo de comunicação", sublinha. "O desafio é conseguir verificar a congruência da informação através de outros mecanismos que não as expressões faciais."
Mas nada disso foi impedimento, por exemplo, para Jeremy Cohen e Tori Cignarella, de Nova Iorque, que se apaixonaram a partir da janela dos respetivos apartamentos. Estes vizinhos, que nunca se tinham visto antes, avistaram-se ao longe e apaixonaram-se. O caso foi divulgado nas redes sociais e tornou-se um símbolo da capacidade do amor de ultrapassar toda e qualquer barreira.
Férias promovem relação quente
O verão é a época mais quente do ano em todos os sentidos e Joana Madeira considera mesmo que existe "mais disposição das pessoas que estão de férias para o sexo".
Casada há dez anos com o humorista Eduardo Madeira, a atriz revela que os meses quentes são mais propícios a momentos escaldantes e ajudam os casais a ficarem mais "livres", fora das rotinas habituais, e sem horários.
Para "apimentar a relação nos meses de férias", é importante apostar em aventuras a dois e fugir às rotinas de forma a ‘dar gás’ ao romance e estimular a relação. "Apostar em momentos escaldantes, como fazer amor na praia ou nas dunas alimenta o prazer e desejo sexual do casal. É importante manter a confiança no relacionamento e não ter medo de fazer coisas diferentes", disse.
Para investir numa relação duradoura é fulcral não descurar os momentos a dois para a "chama não morrer" e manter o prazer sexual do casal.
Devido à pandemia de Covid-19, que veio alterar hábitos e rotinas, Joana considera que existe um maior constrangimento no início de uma nova relação, uma vez que a máscara "condiciona o romantismo dos primeiros momentos a dois".
DISCURSO DIRETO
Vânia Beliz, sexóloga, fala da vida sexual
"Os jovens quebram as regras"
CM – A vida sexual dos portugueses complicou-se durante a pandemia?
– Sobretudo para quem não tem companheiro ou companheira. As pessoas encontram-se em contactos sociais, algo que neste momento está reduzido ao mínimo possível.
– A Covid-19 transmite-se sexualmente?
– A Covid-19 não é um vírus que se transmita sexualmente, mas sim pelo contacto entre as pessoas. E as relações sexuais pressupõem proximidade...
– As pessoas têm-lhe colocado questões relacionadas com a pandemia?
– No início do confinamento, sim, queriam ter mais informação sobre as possíveis formas de contágio. Neste momento, já não. Até porque os mais jovens acabam por quebrar as regras. E todos nós, de uma maneira ou de outra, estamos a querer andar para a frente.
Ansiedade ‘mata’ o desejo sexual
A sexóloga Vânia Beliz diz que, dentro do casamento, pode haver dificuldade em manter uma vida sexual saudável. "A ansiedade e o stress em que as pessoas estão mergulhadas podem provocar alterações no desempenho sexual. As pessoas perdem o desejo", explica.
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