Paróquia faz obras ilegais em Igreja Matriz
Direção Regional de Cultura suspendeu intervenção que decorria sem autorização.
A Direção Regional de Cultura (DRC) suspendeu esta semana as obras que estavam a decorrer na Igreja Matriz de Olhão devido à utilização de materiais e métodos desadequados e à falta de autorizações para a intervenção por parte das entidades responsáveis pelo Património Cultural.
A denúncia partiu do arquiteto Fernando Silva Grade, que divulgou o caso nas redes sociais e deu o alerta à DRC. "Este procedimento é uma autêntica barbaridade, já que a utilização do cimento, material totalmente incompatível com a alvenaria originária, vai ter repercussões futuras muito graves na integridade estrutural, estética e identitária do edifício", escreveu na sua página de Facebook.
Rui Parreira, diretor de serviços de Bens Culturais da DRC confirmou ao CM a suspensão da obra, a cargo da paróquia, após um contacto com o padre, que se mostrou "surpreendido" com a necessidade de uma autorização. "O que estava a acontecer era por desconhecimento da situação", explicou ao CM Rui Parreira.
A Igreja Matriz - datada do início do século XVIII e que terá sido "o primeiro grande edifício da zona", onde então existiam apenas cabanas de pescadores - está classificado como Imóvel de Interesse Nacional.
A paróquia deverá agora apresentar à DRC um relatório preliminar em que diga que intervenção pretende fazer.
O CM tentou obter um esclarecimento por parte do pároco responsável, mas este entendeu não prestar quaisquer esclarecimentos.
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