“Parque Escolar foi uma festa”
A ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues defendeu ontem, no Parlamento, que o programa Parque Escolar (PE), criado em 2007 pelo Governo de José Sócrates, "foi um êxito", garantiu que "não houve derrapagens" e considerou "absolutamente imperioso" que o programa continue. <br/><br/>
"A Parque Escolar foi uma festa para o País, para os alunos, a engenharia, a arquitectura, o emprego, a economia. Fizemos escolas robustas, aptas para o futuro. Conseguimos crédito com juros de menos de 3% a 30 anos. Deixámos uma dívida boa", disse, na Comissão de Educação e Ciência.
A antiga governante acusou o Tribunal de Contas (TC) de cometer um erro no seu relatório. "O Plano de Negócios de 2008 não fala em 332 escolas a intervencionar mas sim em 166. A PE já pediu ao TC para corrigir o erro. Deve ser corrigido a bem da verdade", disse, repetindo depois quatro vezes seguidas que "não houve derrapagens".
O deputado do PSD Emídio Guerreiro recordou o relatório do TC que aponta um aumento do custo das obras por escola para o dobro, entre 2008 e 2010, de 7 para 15 milhões de euros. "Aumentou para o dobro porque se permitiu a festa".
Segundo a ex--ministra, o aumento dos custos foi motivado pela aplicação prática de directivas ambientais europeias, pelo aumento do número de alunos e pela decisão de antecipar fases do programa para combater a crise de 2008 através do reforço do investimento público. Mas a ministra negou que tenha havido luxos: "Em Serralves também há candeeiros do Siza Vieira e ninguém contesta."
Os deputados do PS defenderam que este é um processo político porque a PE foi bandeira socialista. O PCP e o BE contestaram a própria criação da PE. Hoje é ouvida a ex-ministra Isabel Alçada e sexta-feira é a vez do actual ministro Nuno Crato.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt