Polícia chamada a intervir durante greve dos CTT

Sindicato fala em adesão de cerca de 80% na paralisação desta sexta-feira.

29 de novembro de 2013 às 12:45
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A polícia foi chamada a intervir, durante a última noite, no centro de distribuição dos CTT em Cabo Ruivo, Lisboa, para permitir a saída dos primeiros quatro camiões depois do início da greve de 24 horas que os trabalhadores da empresa cumprem esta sexta-feira.

Os trabalhadores, que receiam a destruição da empresa com a privatização, criticam a atuação do Corpo de Intervenção da PSP. Os grevistas referem que a força policial carregou "de forma vergonhosa" sobre o piquete de greve e elementos de outras organizações que se encontravam no local.

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Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, a intervenção da PSP foi "encomendada para atacar de forma indecorosa e brutal" as pessoas que compunham o piquete. No local encontravam-se o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, e os deputados Bruno Dias (PCP) e Pedro Soares (BE).

SINDICATO REFERE ADESÃO DE 78%

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações anunciou esta sexta-feira uma adesão de 78% à greve na empresa, de acordo com a informação divulgada pelo sindicalista José Oliveira. Os dados "podem ser corrigidos um pouco para cima ou um pouco para baixo", mas o sindicalista acredita que ficarão sempre distantes do valor anunciado pela administração da empresa, 18%.

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Trabalhadores dos CTT de todo o País reúnem-se hoje em plenário, pelas 14h30, na Praça dos Restauradores, em Lisboa. A seguir, está prevista uma marcha em direção ao Ministério das Finanças, onde está marcada para as 17h00 uma reunião com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na qual os trabalhadores vão expressar a oposição ao negócio de venda dos CTT.

Uma delegação do sindicato irá ainda entregar na Assembleia da República "uns largos milhares de postais" a exigir a não privatização da empresa, assinados por cidadãos de todo o País.

EMPRESA CONTESTA INFORMAÇÃO DO SINDICATO

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A administração dos CTT contesta a elevada adesão à greve avançada pelo sindicato, garantindo que “está longe de ser verdade”. De acordo com a empresa, as 624 lojas dos CTT espalhadas pelo País estiveram abertas. A circulação dos carteiros também se efectuou de forma normal.

"A taxa de adesão à greve é de 18,5%, menos 8% do que idêntica greve feita há um mês, pelos mesmos motivos", declarou à agência Lusa o diretor de Recursos Humanos da empresa, António Marques.

Este responsável  lamentou ainda os incidentes de ontem à noite, quando a polícia foi chamada a intervir no centro de distribuição dos CTT em Cabo Ruivo, Lisboa.

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"Penso que não cabe à empresa fazer comentários, eu fazia apenas uma pequena referência: os piquetes de greve, de acordo com a lei, têm toda a legitimidade para persuadir os trabalhadores a aderir à greve, mas isto sem prejuízo do respeito pela liberdade dos trabalhadores não aderentes", disse António Marques.

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